A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiaram a ação de traficantes da Vila Cruzeiro contra equipes de jornalismo de O Globo, Jornal do Brasil e O Dia.
No último sábado (26/07), homens armados com fuzis obrigaram os repórteres-fotográficos a apagarem fotos tiradas na comunidade.
As entidades consideraram o fato um atentado contra a liberdade de expressão e pediram medidas efetivas do Governo do Estado.
Segundo o presidente da Fenaj, Sérgio Murillo de Andrade, o acontecimento é uma demonstração de força do poder paralelo frente ao poder legal.
O receio da Federação é que esse tipo de violência se torne corriqueiro e inviabilize o exercício da atividade jornalística. “É uma violência contra os jornalistas e uma violência maior contra o cidadão, que tem direito à informação.
O jornalista é um mediador e ao ser impedido de trabalhar, a população é quem sofre.
A maior preocupação da federação é que esses casos se tornem corriqueiros e que não haja uma garantia institucional do trabalho da imprensa”, diz Murillo.
Para o presidente da ABI, Maurício Azêdo, cabe ao Estado promover ações que impeçam que fatos como esse se repitam. “A ABI condena essa violência que constituiu uma agressão muito grave ao exercício da atividade profissional.
A Associação deseja que as autoridades competentes tomem ações para evitar que episódios como esse se repitam”.
O diretor da Abraji, Plínio Bortolotti, pediu que todos os candidatos à prefeitura se posicionem contra os ataques que os jornalistas sofreram.
Exigiu também ações do Estado para que esse tipo de fato não volte a acontecer.
De acordo com Bortolotti, o temor é que situações de maiores proporções aconteçam. “Nós chegamos ao pior dos mundos.
O fato de o cara mandar apagar a foto é gravíssimo.
O jornalista estava trabalhando, não estava fazendo nada de ilegal.
Nem mesmo o poder legal poderia mandar apagar as fotos, imagine o poder paralelo”.