Repetindo velhos costumes Por Sérgio Montenegro Filho, na coluna Cena Política de hoje Para quem esperava um “novo estilo” de campanha, mais propositiva e com menos ataques pessoais, os acontecimentos recentes são mau sinal.

Primeiro, a briga entre os candidatos do PT, João da Costa, e do DEM, Mendonça Filho.

O petista insistindo em acusar o democrata de ser contra o Bolsa Família, mesmo ciente de que Mendonça já lançou até proposta de ampliação dos recursos do programa do governo federal, que atende famílias de baixa renda.

Como resposta, o DEM foi à Justiça Eleitoral e proibiu o discurso do PT.

Embora argumente que está apenas tentando se proteger, fica a imagem de censura prévia, que soa anti-democrática. É verdade que o DEM nacional criticou o Bolsa Família desde o início, mas se o candidato se comprometeu em dar continuidade, não havia motivo para insistir nas acusações.

Parece que baixou um nervosismo nas hostes petistas.

Desde que candidatos de oposição começaram a se inspirar nos programas do governo Lula, os correligionários do presidente se sentiram ameaçados.

Não querem dividir seu maior cabo eleitoral.

Para agravar, Lula declarou que não participará das campanhas no primeiro turno.

Aí, foi a vez de Carlos Eduardo Cadoca, candidato do PSC – partido da base do governo no Congresso Nacional – reforçar a imagem de aliado do presidente, aumentando a inquietação do PT local.

Se continuar assim, em vez das propostas para a cidade, corremos o risco de ver a repetição de campanhas anteriores, com brigas jurídicas, acusações pessoais e exploração de um debate que não inova.

E o eleitor já não atura esse velho estilo.