A CPI das Escutas Telefônicas terá acesso a todos os números de telefones fixos e móveis grampeados no país em 2007, assim como aos mandados judiciais com a justificativa da autorização de cada grampo.

As informações, pedidas pelo relator da comissão, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), devem chegar ao Congresso até o começo de agosto.

O requerimento foi aprovado em votação simbólica no começo deste mês.

Na sessão, Pellegrino justificou o seu pedido dizendo que era preciso ter “a real dimensão do quê e que tipo de interceptações foram realizadas”.

Ninguém da oposição se opôs ao pedido.

O tucano Gustavo Fruet, no entanto, que entrou na CPI só agora, disse que verificará o critério do requerimento, pois dados como os números de telefones grampeados podem prejudicar ou ajudar muitos.

Pellegrino, que pode pedir também as informações sobre os números grampeados no primeiro semestre deste ano, disse que todos os dados serão mantidos em sigilo e que eles são essenciais para checar, por exemplo, se “as interceptações estão realmente banalizadas”.

Números levantados pela CPI nas operadoras mostram que, em 2007, 409 mil grampos foram autorizados.

As estimativas do relator são as de que cada pessoa grampeada conversa, em média, com dez pessoas no período da interceptação - seriam cerca de 4 milhões de pessoas com conversas gravadas.

Ainda de acordo com a CPI, o índice deve ter aumentado em 10% em 2008.

Dados enviados à comissão por só uma grande operadora mostram que, nos dois primeiros meses, foram feitas 3.840 interceptações.

A CPI foi instalada para apurar denúncias de grampos feitos em gabinetes de ministros do STF.

Até agora, no entanto, nada foi provado sobre o caso.