Vem da Bahia o mais recente exemplo de como interesses particulares podem sobrepor-se ao interesse público.
Trata-se da ponte construída pelo DNIT da Bahia sobre o Rio São Francisco, entre os povoados de Ibó (PE), em Belém de São Francisco, e o município de Abaré (BA).
Na semana passada, um motorista de caminhão morreu quando o automóvel que fazia a travessia na balsa caiu no rio.
A ponte foi concluída, há três meses, com investimentos de 21 milhões de reais e continua sendo interditada pelos donos de balsas, que fazem a travessia de automóveis.
Cerca de 600 veículos sao transportados diariamente pelas balsas.
Para quem vem da Bahia em direção aos Estados do Norte-Nordeste, a ponte reduz o percurso em 180 km, porque a outra alternativa é viajar até Petrolina e de lá retornar para o Trevo do Ibó.
Os balseiros construiram barreiras nos lados de Pernambuco e da Bahia para impedir o trânsito de veículos.
Como pretexto, reivindicam a construção de novos acessos rodoviarios no povoado.
As balsas cobram de R$ 60 a R$ 30 reais pelo transporte de caminhões e veículos leves.
Seria o caso de o DNIT da Bahia e a polícia daquele Estado acionarem a polícia para remover as barreiras e liberar o trânsito na ponte.
Os caminhoneiros tentam se rebelar contra o poderoso lobby das balsas, mas dependem de apoio das autoridades.