O dinheiro apreendido no apartamento do lobista Hugo Sérgio Chicaroni, que seria utilizado para subornar um delegado da Polícia Federal, é do Grupo Opportunity.

A afirmação é do próprio Chicaroni, em depoimento à PF.

A confissão serviu de base para a denúncia feita pelo Ministério Público Federal, assinada pelo procurador Rodrigo de Grandis.

Os R$ 865 mil foram levados à casa do acusado por “algumas pessoas ligadas ao Grupo Opportunity” e “deveriam ser entregues ao delegado Vitor Hugo (Rodrigues Alves Ferreira)”.

Havia suspeita de que o dinheiro tivesse como origem o investidor Naji Nahas.

Chicaroni disse também à PF que “quem coordenou a entrega dos valores foi uma pessoa de nome Humberto (José da Rocha Braz), executivo do Banco Opportunity”.

Os emissários que levaram o dinheiro ao apartamento no bairro de Moema, na capital, precisaram fazer várias viagens para entregar todo o dinheiro que teria como destino o delegado Vitor Hugo.

O objetivo era evitar que o banqueiro Daniel Dantas, sua irmã Verônica e sua mulher, Maria Alice, fossem incluídos nas investigações da Operação Satiagraha.

Dantas é acusado de desvio de verbas públicas e crimes financeiros. “Daniel Dantas não tem relação com esse episódio, o que ficará provado no momento oportuno”, afirmou o advogado Nélio Machado, de Dantas e do Grupo Opportunity.

Réu confesso, Chicaroni está preso na Polícia Federal em São Paulo desde o dia 8 de julho.

Com Braz, são os únicos envolvidos na Operação Satiagraha que continuam detidos, réus por corrupção ativa.

O primeiro está na carceragem da PF e o outro em presídio na cidade de Tremembé, no interior do Estado.

Da Agência Estado