Meio que na surdina, o governo de Pernambuco prepara-se para anunciar a formalização de um convênio beneficiando casas lotéricas do estado, que receberão para uso imediato os primeiros malotes inteligentes pirotécnicos com tecnologia totalmente brasileira.

A implementação da novas tecnologias na área de segurança, como o malote inteligente pirotécnico, será apresentado oficialmente pela primeira vez no Brasil no evento de 30 de julho, no I Fórum sobre Métodos e Tecnologias de Dissuasão do Brasil.

A adoção dos malotes inteligentes para transporte de valores tem como meta a redução do número de crimes pelo paradigma da dissuasão.

Por transformar o roubo numa atividade de risco sem frutos concretos, os malotes desestimulam efetivamente a prática do crime, o que representa uma importante mudança de paradigma em segurança pública e privada, inclusive do ponto de vista de economia em sistemas de vigilância e compra de armamentos, o que também contribui para o desarmamento da sociedade e desenvolvimento social.

Ao inutilizar de forma definitiva o dinheiro roubado pela queima das notas, este sistema proporciona a redução da transferência de dinheiro para o crime organizado, que se alimenta desses assaltos para a compra de armas e drogas.

COMO FUNCIONAM OS MALOTES O malote inteligente é feito de plástico duro e parece uma mala de viagem que se encaixa em uma base de metal.

Sua principal característica é a destruição parcial dos valores e do dinheiro transportados, a partir de uma programação prévia, o que torna inúteis os ataques e roubos aos detentores desses malotes e, conseqüentemente, o uso de armas com este propósito.

Eles são equipados com sistema eletrônico capaz de detectar a ocorrência de uma abertura indevida ou em horário não programado, o que aciona cápsulas pirotécnicas cujo jato de calor é direcionado para as notas, perfurando-as quase que instantaneamente.

Seu objetivo é assegurar a proteção dos valores neles guardados durante o transporte entre dois pontos, podendo também funcionar como cofre para depósito de valores.

A tecnologia adotada é inteiramente nacional, com desenvolvimento baseado numa parceria entre o meio acadêmico e a iniciativa privada, o que permitirá no médio prazo a produção desses mesmos malotes pela indústria brasileira.

Embora com outra tecnologia, os malotes inteligentes baseados na queima dos valores neles contidos foram inicialmente adotados na Bélgica, na virada do século XX para o XXI.

Desde então, foi reduzido praticamente a zero o número de assaltos a carros transportadores de valores naquele país.

Efeito semelhante ocorreu em países como a França e a Inglaterra, que adotaram métodos semelhantes, sempre baseados no paradigma da dissuasão para desestimular a prática de crimes.