O presidente da 3BR, Paulo Vieira, já avisou que está instalando uma fábrica no pólo de tecnologia do Recife para poder atender à demanda das casas lotéricas pelos malotes anti-ladrão.
Conforme antecipou o blog, casas lotéricas do Recife vão iniciar em julho uma experiência piloto com malotes inteligentes, que queimam o dinheiro em caso de roubo.
Inicialmente com malotes importados A tecnologia é a aposta para conter os crescentes assaltos depois que os lotéricos assumiram o papel de correspondentes bancários.
As 8.843 loterias realizaram 851 milhões de operações em nome da Caixa Econômica Federal no primeiro trimestre.
Transformaram-se em alvos preferenciais de ladrões porque movimentam altas somas, mas não têm os mesmos recursos de segurança que as agências.
Na menor tentativa de violação do malote, uma chama interna queima em cerca de um segundo um bom pedaço das cédulas, produzindo fumaça espessa para denunciar o local do crime.
A numeração da nota é preservada para permitir a sua troca no Banco Central. “Sabendo que vai ficar sem o dinheiro, o ladrão nem se arrisca”, diz Paulo Vieira.
O projeto entra em escala comercial no último trimestre e, na virada de 2008 para 2009, a 3BR começa a produzir os malotes no Brasil.
Vieira, que desenvolveu a idéia, foi o responsável pela sua difusão na Bélgica, por meio de sua empresa naquele país, a Arrowplan.
O malote considerado ideal para os lotéricos, com capacidade para transportar 2,4 mil notas, custa R$ 9 mil.
A 3BR firmou parceria com o Banco do Nordeste, que irá comprar os malotes que serão usados pelos lotéricos no projeto-piloto. “Quando o projeto estiver em escala comercial, vamos entrar financiado a venda”, afirmou Paulo Lapa, diretor de gestão de desenvolvimento do Banco do Nordeste.
O malote foi usado em experiência preliminar numa lotérica no bairro do Hipódromo, no Recife. “Fomos assaltados sete vezes no ano passado”, relata Carmem Roma, que está há 17 anos no ramo.
As lotéricas, que processam mais de 60% dos recebimentos das contas de consumo, pagam caro por seguros contra roubo.
No caso da lotérica de Carmem, inicialmente ela pagava R$ 500 por mês.
A onda de assaltos elevou o seguro para R$ 1,5 mil, e ela deixou de pagar. “No último roubo, me levaram R$ 5 mil, e o prejuízo ficou comigo.”