O advogado Romero Leite Júnior, que defende servidores que cobram o pagamento de precatórios por parte do governo estadual, vai oficiar nos próximos dias o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para que determine ao Executivo a quitação dos valores em atraso: R$ 67,44 milhões referentes a 2007.

Ele também vai buscar o apoio da OAB-PE na questão, já que muitos dos servidores estaduais e cidadãos com créditos a receber são advogados. “O cidadão é obrigado a pagar o que deve ao Estado.

Mas na hora do Estado pagar não acontece nada”, reclama Romero Leite Júnior.

Segundo ele, os R$ 67,44 milhões que o governo estadual deveria ter pago em 2007 se referem a 68 processos.

Mas os valores individuais não são altos, ainda de acordo com Leite Júnior, porque cada caso envolve muitos nomes.

O advogado ressalta que a Lei Orçamentária (número 1079/ 1950), em seu artigo quarto, inciso sexto, define que o seu descumprimento por parte do gestor público é crime de responsabilidade.

E como o governo é obrigado a incluir anualmente os precatórios em seu orçamento, o não pagamento dessas dívidas se incluiria no que a lei determina.

Romero Leite Júnior explica que a própria Constituição Federal prevê a intervenção nos Estados que descumprirem ordem judicial. “E o precatório é uma ordem judicial”, diz.

Segundo ele, só o Estado de São Paulo tem mais de dois mil pedidos de intervenção federal por conta de precatórios não pagos.

Mas todos foram arquivados no Supremo Tribunal Federal.

A diferença com relação a Pernambuco, diz Leite Júnior, é que o governo do Estado tem comemorado o equilíbrios das contas, a folga de caixa e o crescimento da arrecadação.

Não teria, portanto, qualquer justificativa para não pagar sua dívida.

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