O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse desaprovar a elevação de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros, para 13% ao ano, promovida hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom). “Em um ambiente de incerteza inflacionária, a política monetária gradual é mais eficaz para coordenar as expectativas de elevação dos preços.

A alteração dessa postura, com a intensificação do aperto monetário, resultará em maiores danos ao próprio processo de crescimento econômico”, afirmou.

O Banco Central deveria manter o ritmo e esperar pelas naturais defasagens dos impactos da política monetária restritiva, destacou Monteiro Neto.

Para ele, a postura de cautela é mais defensável uma vez que a política fiscal se mostra em maior sintonia com as necessidades de combate à inflação via redução das despesas do governo. “A idéia de acelerar o movimento de redução do consumo das famílias, via aumento mais intenso dos juros, não irá gerar os benefícios desejados, uma vez que muito da inflação é originada globalmente, dado o aumento dos preços internacionais dos alimentos”, avaliou.

De acordo com ele, a CNI entende que a redução dos gastos governamentais é uma ação crucial para fazer com que as expectativas convirjam para a meta de inflação.

A maior consonância entre as políticas fiscal e monetária – com a elevação da meta do superávit primário – enseja a perspectiva de um ciclo monetário menos duradouro. “A maior sintonia dessas políticas será fundamental para a redução da demanda interna, via redução das despesas do governo, uma vez que o consumo das famílias perderá intensidade naturalmente, devido ao encarecimento do crédito e aos menores ganhos na renda do trabalhador com a própria alta da inflação”, finalizou.