O ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu na terça-feira que houve erros no trabalho do delegado Protógenes Queiroz, afastado da condução da Operação Satiagraha da Polícia Federal.

De acordo com o ministro, o inquérito ficará mais “técnico” e mais “profundo” com a entrada do delegado Ricardo Saadi no caso.

Saadi, que está à frente dos trabalhos desde segunda-feira é “de altíssimo nível”, disse Tarso. “O inquérito é robusto, tanto que já houve indiciamentos e até denúncia, mas ocorreram erros e sua condução terá mais qualidade e será menos midiática”, explicou ele na terça. “Quem está achando que a saída do Protógenes vai tornar a operação mais superficial está equivocado.” Tarso reconheceu a existência de “flagrantes diferenças de metodologia” no trabalho do delegado afastado na semana passada. “Quem leu sabe que há muitas dúvidas”, disse ele, destacando a fundamentação do pedido de prisão temporária dos acusados, incluindo o banqueiro Daniel Dantas e Naji Nahas, megainvestidor.

Ambos estão soltos.

Também na terça, depois da reunião da coordenação política do governo, os participantes do encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negaram que o caso da PF tivesse sido discutido.

Segundo reportagem publicada nesta quarta pelo jornal Folha de S.

Paulo, o silêncio do governo é parte da estratégia para reduzir os danos provocados pela operação.

Nos últimos dias, o governo se envolveu numa confusão por causa do afastamento de Queiroz.

Lula chegou a criticar o delegado e os excessos da operação e, depois, cobrar a volta de Queiroz ao caso.

Agora, membros do governo não comentam.