Procurado para comentar sua ligação com a Well Park Estacionamentos, vencedora da polêmica licitação de R$ 1,2 milhão na Empetur, José Antônio Barbosa Ferreira, que presidiu a concorrência pública enquanto advogava para a empresa, caiu em contradição.
Foram três contatos telefônicos.
Confira, abaixo, a transcrição da gravação da primeira entrevista, quando José Antônio alegou nunca ter advogado para a Well Park.
Nas duas ligações seguintes, ele confirmaria ter trabalhado para a empresa, ainda que minimizando qualquer implicação legal ou ética quanto à dupla atuação. “Não, eu não sou advogado da Well Park, não.
Eu sou advogado da Empetur.
Nem poderia.
Até porque eles são da Bahia, não são daqui, não.
Na Bahia eles devem ter outros advogados”, comentou.
Em seguida, ainda na primeira ligação, foi informado pela reportagem de que seu nome e registro da OAB/PE aparecem em uma causa cível, como advogado responsável pela defesa da Well Park. “Eu sou advogado, tenho duzentas mil questões. (…) Acontece que a Well Park toma conta dos veículos.
E algumas vezes os donos dos veículos acusam a Well Park de negligência porque houve um roubo de rádio de carro, etc.
A Empetur tem a ver com isso, porque, se a terceirizada farrapa, não cumpre obrigações, causa prejuízo a terceiros, a Empetur é co-responsável, é devedor subsidiário.
Então, a gente tem que defender a empresa, mostrar, a Empetur é parte do processo.
E não é só nessa questão, isso é em várias”, continou, ainda nessa primeira ligação.
José Antônio, então, foi questionado por ser o único advogado a aparecer defendendo a empresa. “Não, a Well Park tem os advogados dela.
A não ser que tenha sido uma separação judicial de alguém.
Mas da Well Park, não”, continuou na negativa.
Logo depois, pediu maiores informações: “Me dá o número desse processo, por favor”, solicitou, à reportagem, no que foi atendido. “Eu vou olhar.
Agora, não é possível que tenham botado isso, não.
Não estou preocupado, não. É possível que tenham posto, talvez, na ata.
O juizado bota o que quer.
Eu nunca tive procuração deles, não, para nada.
Graças a Deus.
Eles são prestadores da Empetur.
Não posso advogar por eles”, sustentou. “Eu vou verificar isso.
Deve haver um engano em algum lugar.
Seria advocacia temerária”, concluiu.
A reportagem, então, sugeriu que José Antônio retornasse a ligação, caso ele achasse que houve algum equívoco no caso.
Leia posts abaixo e mais em instantes. (Por Giovanni Sandes, especial para o Blog)