Por Mendonça Filho* Aprendi com meus pais que palavra tem o valor de compromisso.

Palavra dada, palavra cumprida. É uma questão de honra.

Houve um tempo em que isto era levado estritamente a sério.

Infelizmente, mudanças de costumes e tradições fizeram com que a palavra empenhada não tivesse a mesma veemência de um contrato assinado.

Na política, palavras, discursos, compromissos, programas de governo, especialmente em época de eleição, são jogadas na vala comum da desconfiança e, depreciativamente, chamadas de “promessas de campanha”, isto é, não valem um tostão furado.

Na lógica das disputas eleitorais, uma infinidade de razões determina a preferência de um eleitor por um candidato em detrimento de outro.

Entre elas, está uma razão que é um consenso entre os especialistas: ninguém se elege pelo que fez no passado e sim pelo que possa fazer de modo a assegurar um futuro melhor para as pessoas.

Ou seja, as eleições mexem com o imaginário das pessoas, repleto de esperanças num futuro melhor.

Para tanto, os candidatos buscam ser propositivos, apresentando ao eleitor suas plataformas ou programas de governo. É fundamental assumir compromissos para governar olhando para frente.

Daí decorre a necessidade de prometer; daí advém o risco da demagogia de prometer o céu na terra e, no mínimo, soluções fáceis para problemas difíceis que, invariavelmente, estão erradas ou são impossíveis de realizar.

Por tudo isto, e mais: por conta da minha formação pessoal de respeitar a palavra empenhada; de reconhecer o grau de consciência do eleitor e, sobretudo, de reverenciar a sabedoria popular, orientei minha equipe para responder as seguintes perguntas no momento da elaboração das propostas de governo a serem submetidas ao debate público: o que fazer?

Por que fazer?

Para quem fazer?

Como fazer?

Sem que existam respostas convincentes, a promessa está definitivamente reprovada no teste da credibilidade.

Sem credibilidade, o político e a política não se sustentam e o candidato pagará um alto preço pela tentativa de enganar o eleitorado.

Com efeito, assumi a idéia do ACORDO POPULAR DE CAMPANHA dando-lhe forma e utilizando como um instrumento de campanha que dê consistência à relação de confiança entre o candidato e o eleitor.

O ACORDO POPULAR DE CAMPANHA se soma às propostas do programa de governo viáveis, factíveis e que venham ao encontro das expectativas e das demandas da população.

A diferença no ACORDO é o foco.

Primeiro, não ultrapassarão uma dezena de projetos e ações; segundo, são projetos e ações de grande valor real e simbólico para a cidade e para os cidadãos recifenses; são projetos e ações simples, ousadas e estão dentro dos limites orçamentários do município; serão efetivamente executadas porque, além do compromisso assumido publicamente, estão lastreadas na credibilidade e na vontade política do Prefeito eleito e na vontade coletiva do povo do Recife.

No último domingo, dia 12 de julho, firmei o primeiro ACORDO POPULAR DE CAMPANHA, assumindo o compromisso de criar o PARQUE DA TAMARINEIRA, cujo teor é o seguinte I.Implantação do Parque da Tamarineira, pela alteração das funções atuais do imóvel onde se localiza o Hospital Psiquiátrico, ofertando à cidade um espaço público de qualidade, vocacionado para o lazer e o entretenimento; II.Criação do Centro de Referência de Psiquiatra Ulysses Pernambucano, no edifício central do imóvel, para abrigar a história do psiquiatra e referenciar o trabalho pioneiro do ilustre médico; III.Implantação do novo Centro de Apoio Psico-Social – CAPS da Tamarineira, em área confrontante ao atual imóvel, na Estrada Velha de Água Fria; IV.Preservar as características ambientais e históricas do imóvel, em especial a densa arborização existente no terreno e as edificações projetadas por Victor Fournier; V.Assumir o compromisso de concretizar as ações contidas no presente Acordo Popular ao longo dos quatro anos de Governo como Prefeito da Cidade, se assim decidir o povo do Recife. É isso.

Trata-se da minha palavra com o povo recifense.

E, como aprendi e venho exercitando no curso da minha vida, palavra é compromisso. *Candidato do DEM à PCR, escreve para o Blog às quintas, dentro da série “Recife 2008.

Debate coms os prefeituráveis”.

Mas não conseguimos postar o artigo no dia correto e sai hoje, com atraso.