O Palácio do Planalto avalia que errou ao “comprar uma briga” com o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz.

Ontem, um ministro próximo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse à Folha que “foi um erro brigar com o delegado, que é o herói da história”.

Agora, o governo discute estratégia para conter danos.

Com Lula e o ministro Tarso Genro (Justiça) em viagem ao exterior, não se sabia até ontem se o Planalto recuaria publicamente ou se daria o assunto por encerrado, considerando-o exclusivo da PF.

O chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, se reuniu com Tarso antes de sua viagem e ambos constataram que repercutiu mal a fita com trechos da conversa entre Queiroz e os superiores.

O objetivo da divulgação da fita, editada, era provar que o delegado havia pedido para sair da investigação –reforçando a versão da cúpula da PF, que foi endossada por Lula.

O presidente criticou o delegado, exigiu a sua volta e chegou a dizer que a versão de que Queiroz fora pressionado a deixar o posto era mentirosa.

Em entrevista no Palácio do Planalto, negou que o afastamento de Queiroz do caso se tratava de uma operação-abafa –já que a investigação chegou à sua ante-sala, com grampos de conversas entre o petista Luiz Eduardo Greenhalgh e Carvalho.

Mas a gravação contradiz a versão da PF.

Auxiliares do presidente avaliaram que o governo errou no tratamento que deu ao caso.

Na segunda-feira (14), o presidente se reuniu com seus principais ministros e o destaque foram as revelações de que Lula considerava que a PF cometera excessos na operação.

O afastamento de Queiroz veio logo depois.

Se dizendo satisfeito com a Operação Satiagraha, Lula afirmou que não viu nada desabonador para Gilberto Carvalho e que Dantas nunca obteve favores dele.

Da Folha Online