Da Folha Online A Polícia Federal indiciou nesta sexta-feira Daniel Dantas, do Opportunity, e mais nove pessoas investigadas na Operação Satiagraha, que apurou crimes financeiros.
Segundo o advogado Nélio Machado, que defende o banqueiro, eles foram indiciados sob acusação de gestão fraudulenta e formação de quadrilha.
Dantas e os noves diretores do grupo Opportunity foram à PF para prestar depoimento.
Eles ficaram por cerca de seis horas mas, por orientação da defesa, ficaram calados e não responderam às perguntas feitas pelo delegado Protógenes Queiroz, que deve encerrar hoje o relatório da Satiagraha.
Eles deixaram o prédio às 19h55 sem dar entrevista.
O advogado Nélio Machado encaminhou um documento ao delegado Protógenes no qual justifica o silêncio de seus clientes.
No documento, ele diz que o inquérito está cheio de “vícios insuperáveis” e de “fatos estranhos, inusitados e irregulares que permeiam a investigação” desde fevereiro de 2007.
Machado também ressalta que houve vazamentos “abusivos” e “ilícitos” de informações do inquérito, além do cerceamento “intolerável” à atividade advocatícia. “O exercício da profissão [DO ADVOGADO]está sendo violado”, diz.
Daniel Dantas chegou às 14h15 à sede da Superintendência da Polícia Federal, na zona oeste de São Paulo.
Ele entrou no prédio sem falar com a imprensa.
O indiciamento é um ato policial pelo qual o presidente do inquérito conclui haver suficientes indícios de autoria e materialidade do suposto crime.
O indiciamento não significa culpa ou condenação.
Após o indiciamento, que costuma ser o ato final do trabalho do policial, o inquérito é analisado pelo Ministério Público Federal, que decide se apresenta ou não denúncia à Justiça Federal.