Rodrigo Carvalho, no PE Body Count A guerra do tráfico fez mais quatro vítimas.

Três homens e uma mulher assassinados em seqüência numa comunidade acuada pela criminalidade.

Dois dos mortos tiveram os corpos inteiramente carbonizados em um casebre.

Mais adiante, separados por aproximadamente 50 metros, os outros dois cadáveres repousavam.

Apresentavam diversas marcas de tiros.

Em meio ao cenário de terror, dezenas famílias decidiram abandonar suas moradias.

Recolheram os poucos pertences e partiram.

O relato, que mais lembra a disputa pelo tráfico nos morros cariocas, ocorreu no acanhado município de Escada, na Zona da Mata Sul pernambucana.

Na comunidade, agora, impera a lei do silêncio.

Os poucos que se atreveram a comentar algo, disseram apenas que a matança foi promovida por Cícero Soares da Silva, o Ciço Galego.

Um jovem, de 20 anos, que aproveitou a ausência do Estado em mais uma localidade pobre ignorada pelo poder público.

Impôs as regras.

Após a chacina, nossas autoridades de segurança decidiram, enfim, partir para o confronto.

Os mais de 40 homicídios atribuídos ao acusado, até então, não tinham despertado a atenção da polícia. À medida que os policiais ocupavam a área dominada pelo traficante, os moradores a esvaziavam.

Alguém está na contramão.