De Veja Agentes e delegados da Polícia Federal estão divididos em relação ao afastamento do delegado Protógenes Queiroz da Operação Satiagraha.
Parte dos integrantes da PF lamenta a saída de Queiroz do caso – para eles, a direção da corporação não pode desprestigiar os subordinados.
As falhas apontadas em sua investigação e o papel dos agentes da Abin nos trabalhos, contudo, fazem com que outros membros da PF aprovem o afastamento.
Delegados da PF paulista afirmam que o comando da corporação enfraqueceu Queiroz ao criticar Queiroz por ter obtido ajuda da Abin na apuração. “A direção deveria ter dado força ao policial, não repreendê-lo.
Quando fez isso, só contribuiu para um desgaste maior da polícia.
Entendemos que a instituição saiu enfraquecida desse caso”, disse Amaury Portugal, presidente do sindicato dos delegados da PF em São Paulo, em entrevista ao jornal Folha de S.
Paulo.
Outra entidade, que representa os agentes, sinalizou aprovação ao afastamento.
Muitos agentes acharam que a decisão de Queiroz de chamar a Abin desprestigia a PF e seus profissionais, que foram preteridos.
Também há críticas contra o “sensacionalismo” da operação.
A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) acha que os métodos de Protógenes Queiroz nesse caso levaram a PF a ser “amplamente criticada como um todo”.
Do lado dos delegados contrários ao afastamento, há planos de protestar contra a saída de Queiroz.
O assunto será discutido na sexta, na sede da PF paulista.
Já entre a parte da PF que aprova o afastamento, existe um pedido para que Queiroz seja punido por sua postura. “Quero ver se houve mesmo um bom trabalho quando chegarem as condenações”, disse o presidente da Fenapef, Marcos Wink, sobre o polêmico e falho relatório elaborado pela equipe de Queiroz.