O presidente do conselho administrativo e presidente e editor da Editora Abril, Roberto Civita, respondeu às acusações de um relatório da Polícia Federal de que os jornalistas Diogo Mainardi e Lauro Jardim estariam fazendo campanha a favor do empresário Daniel Dantas, em Veja.
Segundo ele, a publicação se propõe justamente a fazer o oposto: “Estamos fazendo o contrário”, disse Civita, após palestra no IV Congresso Brasileiro de Publicidade, em São Paulo.
Para Roberto Civita, a mídia deve publicar as investigações de inquéritos em andamento, quando tem o material em mãos. “Se não quisessem que publicassem, não teriam deixado vazar”, afirmou.
O presidente da Editora Abril também criticou as abordagens da polícia: “Aqui no Brasil, se prende e depois se solta por falta de provas.
Deveriam prender quando tivessem terminado as investigações”.
Olhos do povo Na palestra, Civita destacou a função dos meios de comunicação como “olhos do povo”, tal como apregoava o presidente Rui Barbosa.
Para que realmente a mídia se torne independente, voltada não para os “governos”, mas para o “leitor”, o conselheiro da Abril diz que a publicidade é fundamental. “A publicidade é um dos pilares da imprensa livre e independente”, afirmou.
Para Civita, existe liberdade de imprensa no Brasil. “E bastante”, afirmou.
O desafio agora, depois da ditadura militar – o presidente lembrou dos oito anos em que a Revista Veja esteve no crivo da ditadura – é merecer esta liberdade. “Quanto maior a liberdade, maior é a responsabilidade”, alertou o presidente da Editora Abril.