Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje (16) que o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz permaneça à frente da Operação Satiagraha, para que não haja insinuação de que ele deixou o comando da operação por ter sido pressionado. “Moralmente, esse cidadão [O DELEGADO]tem que ficar no cargo até terminar o relatório.
A não ser que ele não queira.
O que não pode é passar insinuações”, disse o presidente.
O delegado Protógenes Queiroz afastou-se da Operação Satiagraha, ontem (15), segundo a assessoria da Polícia Federal, para fazer um curso, a pedido do próprio delegado.
No entanto, a imprensa divulgou informações de que o delegado deixou as investigações por pressão da cúpula da PF.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que a saída do delegado Protógenes Queiroz do comando da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, não irá prejudicar as investigações. “Independente de ele [o delegado Protógenes Queiroz] ter cometido, aqui ou ali, um eventual erro, que será avaliado por seus superiores, o inquérito foi bem feito, com boa estrutura probatória e já está praticamente pronto”, afirmou Tarso depois da cerimônia de posse do novo diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Airton Michels. “As investigações vão continuar e podem ser abertos novos inquéritos sobre o caso, se necessário”, acrescentou Tarso em referência aos crimes financeiros que teriam sido cometidos por uma organização criminosa comandada pelo banqueiro Daniel Dantas.
O ministro reiterou que o delegado Queiroz deixou o inquérito por vontade própria e disse não acreditar em constrangimento. “Por nós, ele continuaria.
Uma pessoa com essa desenvoltura não pode se sentir constrangida, mas temos pessoas da mesma competência para continuar o trabalho”, defendeu o ministro.