A reunião da CPI nesta terça-feira foi marcada pela discussão sobre a mudança ou não do foco da CPI, que foi criada para fazer uma radiografia do sistema de interceptação telefônica do País, investigando tanto as escutas telefônicas legais, quanto as clandestinas.

A oposição apresentou um série de requerimentos para ouvir pessoas que aparentemente estão envolvidos apenas com crimes financeiros e desvios de recursos públicos, com é o caso do investidor financeiro Naji Nahas, também preso na Operação Satiagraha. “Sou contra, não pelo receio de se apurar qualquer fato, mas porque temos exemplos de CPIs que por se afastarem do seu objetivo não chegaram a lugar nenhum”, afirmou a deputada Iriny Lopes (PT-ES).

O deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) reforçou a necessidade da CPI não mudar de foco. “A própria Constituição prevê os limites de uma CPI na apuração dos fatos determinados”, afirmou.

Biscaia defendeu a importância de investigar o que ele chamou de rede de criminalidade “capitaneada pelo Daniel Dantas”, mas dentro dos limites definidos no requerimento de instalação da CPI.

O deputado Luiz Couto (PT-PB) disse que, embora haja um fato novo, o foco da CPI deve ser mantido. “Vamos prorrogar para investigar apenas o que estiver relacionado com escutas telefônicas ilegais”, afirmou.

E o deputado Domingos Dutra (PT-MA) alertou que os trabalhos da comissão não podem virar uma disputa política.