SÃO PAULO - O banqueiro Daniel Dantas irá novamente se manter calado durante o depoimento marcado para a próxima quarta-feira, na sede da Polícia Federal (PF), em São Paulo.

A informação foi dada ao Valor Online por um membro da equipe de Nélio Machado, advogado de Dantas, que preferiu não ter seu nome publicado.

Segundo esse advogado, o principal motivo para o silêncio do banqueiro é a “parcialidade completa” do delegado Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha.

Além disso, a defesa de Dantas acusa a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de estar conduzindo as investigações e criando “um circo” contra o dono do Opportunity.

O advogado alega ainda que a defesa não obteve, até o momento, as cópias de alguns documentos apreendidos pela PF na casa de Dantas, entre eles um intitulado de “contribuições ao clube”, que menciona o pagamento de propina “para evitar que companheiros sejam indiciados judicialmente”. “Por esses motivos, a orientação deve ser para que ele (Dantas) não fale”, informou o advogado.

Dantas teve o mesmo comportamento durante seu primeiro depoimento, ocorrido na última sexta-feira (11), enquanto ainda estava preso.

Na ocasião, Nélio Machado justificou o silêncio com o não recebimento dos tais documentos apreendidos e com a falta de tempo para ler as mais de 6 mil páginas do inquérito.

Na operação Satiagraha, da Polícia Federal, Daniel Dantas é acusado de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha, uso de informação privilegiada e corrupção de servidores públicos.

A acusação que mais preocupa a defesa é a de corrupção (suborno), que envolve o executivo Humberto Braz, uma espécie de braço-direito de Dantas, segundo a polícia.

Com informações do Valor Online