Nassif, o banana Por Diogo Mainardi Eu sou lobista de Daniel Dantas. É o que diz o blogueiro Luis Nassif.
Como foi que eu ajudei Daniel Dantas?
Acusando-o de ter financiado Lula.
E também acusando Naji Nahas de ter financiado Lula.
O fato de eu ter publicado uma série de documentos judiciais sobre Naji Nahas e a Telecom Italia me incrimina, segundo Luis Nassif.
Entende-se: em meu lugar, ele teria picotado e obedientemente engolido esses documentos, que denunciam as ilegalidades cometidas pela empresa e pelo governo.
Quem patrocina o site de Luis Nassif?
A Telecom Italia.
Quem impediu que ele falisse e perdesse até as cuecas?
O BNDES.
Eu já ridicularizei Luis Nassif três anos atrás, demonstrando que ele reproduziu integralmente em sua coluna a nota de um lobista ligado a Luiz Gushiken.
Ele foi demitido da Folha de S.Paulo pouco tempo depois, por causa de um fato ainda mais nauseabundo: a suspeita de ter usado seus artigos no jornal para achacar o governo de Geraldo Alckmin.
Em 2004, Luis Nassif convidou o secretário Saulo de Castro para um fórum de debates organizado por sua empresa, Dinheiro Vivo.
O detalhe sórdido era o seguinte: para o secretário poder participar do evento, o governo paulista teria de desembolsar 50.000 reais.
Saulo de Castro negou o pedido.
Em 2005, Luis Nassif voltou à carga, cobrando uma tarifa ligeiramente mais modesta, de 35.000 reais.
A assessora de Saulo de Castro mandou um e-mail para o chefe com este comentário: “Não é à toa que a empresa se chama Dinheiro Vivo”.
Saulo de Castro negou o pedido mais uma vez.
Luis Nassif decidiu retaliar.
Em sua coluna, passou a atacar sistematicamente o governo Alckmin, em particular o secretário Saulo de Castro.
Quando o diretor da Folha de S.Paulo, Otavio Frias Filho, foi informado das suspeitas em torno de Luis Nassif, demitiu-o imediatamente.
Nesta semana, falei sobre o episódio com Otavio Frias Filho.
Ele confirmou.
Com a carreira no jornalismo arruinada, Luis Nassif refugiou-se na internet, onde seu passado era desconhecido, como o de Mengele em Bertioga.
O bando de Luiz Gushiken arranjou-lhe uma sinecura no iG.
Enquanto fazia um blog para meia dúzia de leitores, ele era obrigado a escapar de seus credores no BNDES, que queriam penhorar seus carros e apartamentos para tentar recuperar uma parte do rombo de 4 milhões de reais da Dinheiro Vivo.
No fim de 2007, depois de um misterioso encontro com a diretoria do BNDES, ele conseguiu fechar um acordo judicial altamente lesivo para o banco, que lhe garantiu os seguintes mimos: o abatimento de 1 milhão de reais de sua dívida, o prazo de dez anos para saldá-la, a retirada de todas as garantias para o pagamento do empréstimo e a dispensa de uma multa de 300.000 reais.
Algumas semanas depois, ele retribuiu a generosidade estatal usando o único método que conhece: uma campanha de mentiras descaradas contra mim e contra VEJA, tidos como inimigos do governo.
Luis Nassif é um banana.
Ninguém dá bola para ele.
Por isso mesmo, minha idéia era persegui-lo apenas judicialmente.
De fato, estou processando o iG.
Tenho uma tonelada de mensagens, documentos e testemunhas que desmoralizam toda a imundície publicada em seu blog.
Mas suas calúnias ganharam outro peso depois que Daniel Dantas e Naji Nahas foram presos.
Claramente, o pessoal que o emprega está preocupado com o rumo que esse inquérito pode tomar.
Há um empenho para impedir que os dois sejam associados a Lula, como eu sempre fiz.
Quando Daniel Dantas e Naji Nahas foram presos, eu comemorei.
Luis Nassif deve ter pensado em todos os documentos que terá de picotar e engolir.
E em todos os patrocinadores que poderá ganhar.