Sete donos de bares e restaurantes na faixa de areia de Maracaípe, litoral sul do Estado, alguns deles instalados no local há anos, estão com medo de perder seus pontos por determinação da Gerência Regional do Patrimônio da União (GRPU).

Em março, eles foram notificados a deixar as construções, que seriam demolidas em dez dias.

O problema foi resolvido em um primeiro momento com a interferência da Prefeiturta de Ipojuca, que se comprometeu junto à GRPU a elaborar um projeto de urbanização da orla que incluísse os comerciantes.

Com isso, o órgão federal estabeleceu novo prazo, de seis meses, que se encerra em setembro, para que as obras na orla fossem iniciadas.

Como nada começou a ser construído ainda e a data limite se aproxima, os comerciantes começaram a se preocupar novamente com a possibilidade de saírem do local. “Criei meus filhos e estou criando meus netos aqui dentro.

Eu vivo disso”, contou Cristiane Chalaça Wanderley, dona do Bar da Cris há 21 anos, em Maracaípe.

IMPASSE A secretária de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Ipojuca, Simone Osias, disse ao Blog agora à tarde que encaminha na próxima semana à GRPU um ofício pedindo ampliação do prazo para que as obras sejam iniciadas.

O problema, segundo ela, é que existe no caso um impasse jurídico a ser resolvido: a prefeitura não pode arcar com obras que venham a ser propriedade de particulares.

E o projeto de urbanização envolve a construção de estruturas padronizadas que deverão ser ocupadas pelos comerciantes.

Ao mesmo tempo, Simone Osias tem dúvidas sobre a possibilidade de tocar o projeto em período eleitoral.

Tudo ainda depende de encontrar uma saída jurídica para o problema. “Nosso compromisso inicial foi conseguir protelar a decisão da GRPU de demoliar as construções”, afirmou a secretária municipal. “Acredito que, com a credibilidade que conseguimos ao elaborar um projeto de consenso entre os órgãos públicos e a comunidade, podemos pedir a ampliação do prazo para o início do próximo ano”, contou.

Simone Osias lembrou que o Patrimônio da União vem atuando em todo o Brasil para regularizar as faixas de praia, de modo a remover construções instaladas em área não-edificante e evitar impactos ambientais.