O Ministério Público Federal (MPF) em Caruaru (PE), por intermédio do procurador da República Marcos Queiroga, denunciou à Justiça Federal quatro policiais rodoviários federais, lotados no Posto Rodoviário Federal de São Caetano (PE), por formação de quadrilha e concussão.
Almi José de Carvalho, Sílvio Alberto de Farias Rêgo, Carlos Samuel de Carvalho e Carlos Roberto Cordeiro de Araújo são acusados de extorquir motoristas que transitavam pela BR-232.
A Sílvio Rêgo é imputado, também, o crime de porte ilegal de arma de fogo, por estar portando, para uso pessoal, um revólver calibre 38 sem o devido registro.
Conforme apontado pelo MPF, o alvo principal dos policiais eram ônibus que seguiam em comboio para as cidades pernambucanas de Toritama e Santa Cruz do Capibaribe.
Os denunciados chegavam a cobrar 100 reais por cada veículo irregular.
Mas eram exigidas quantias mesmo dos que estavam regulares, sob pena de terem a viagem dificultada.
Algumas vezes, os policiais cobravam dos motoristas mesmo sem fazer qualquer fiscalização nos automóveis.
Flagrante A atuação criminosa foi comprovada em 3 de junho, em uma operação planejada pela Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para verificar a extorsão.
Além de comprovar a prática, a PRF encontrou no posto uma sacola com 2,5 mil reais, que corresponderia à quantia extorquida dos motoristas naquele dia.
Uma gerente de empresa de transporte, que por várias vezes teve de pagar valores aos policiais, se dispôs a participar da operação para flagrar o crime.
Foi ela quem denunciou a atuação criminosa à Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, ainda no mês de fevereiro.
Outro policial rodoviário federal também teve parte na operação, infiltrado em um dos ônibus.
Após comprovado o crime, os quatro policiais foram presos em flagrante.
Os quatro denunciados estão afastados de suas funções, a pedido do MPF.
Se condenados, as penas possíveis para cada um variam de 3 anos e 4 meses até 16 anos e 4 meses de reclusão, além do pagamento de multa e perda do cargo.