A Operação Toque de Midas, da Polícia Federal, na qual foram apreendidos hoje documentos na casa do empresário Eike Batista e em escritórios de empresas pertencentes ao seu grupo, custou caro aos acionistas da OGX Petróleo e Gás Participações, da MMX Mineração e da MPX Energia.

Em um único dia, o valor das companhias que fazem parte do Grupo EBX, presidido pelo empresário, caiu na Bovespa de R$ 49,60 bilhões para R$ 44,24 bilhões, uma perda de R$ 5,36 bilhões.

Se considerada somente a participação do empresário no capital das três companhias, a perda contábil pessoal de Eike atinge R$ 3,35 bilhões.

A PF investiga irregularidades na concessão da estrada de ferro do Amapá, que liga os municípios de Serra do Navio e Santana.

A concessão é administrada hoje pela MMX Amapá.

O anúncio da operação foi feito no início da tarde, o que acelerou a venda e a queda dos papéis da companhia.

A OGX ON desabou e terminou o dia em queda de 10,51%.

A MMX ON caiu 9,78% e a MPX ON fechou com perdas de 11,39% na Bolsa.

Dessa forma, o valor de mercado da OGX, que era de R$ 15,6 bilhões no dia anterior, caiu para R$ 14,07 bilhões.

A MPX, que valia R$ 5,4 bilhões, passou a ser avaliada em R$ 4,83 bilhões, enquanto a OGX, cotada a R$ 28,6 bilhões, caiu para R$ 25,34 bilhões.

Os cálculos foram feitos pela Economática.

Eike Batista detém 59,5% da MMX, 70,4% da MPX e 62,7% da OGX.

Com isso, sua participação pessoal nas três empresas, que valia R$ 31,01 bilhões, caiu para R$ 27,65 bilhões, uma perda de R$ 3,35 bilhões no dia.

Segundo analistas de mercado, a operação da Polícia Federal se somou a outros fatores que determinaram a queda das ações.

O mau humor dos investidores em Wall Street contaminou a Bolsa brasileira e desencadeou vendas de investidores estrangeiros por aqui, o que agravou a situação de Eike, uma vez que a participação dos estrangeiros na oferta inicial de ações (IPO, da sigla em inglês) das três empresas foi elevada.

O IPO da OGX, por exemplo, foi o maior da história da Bovespa e levantou R$ 6,711 bilhões.

Os estrangeiros ficaram com 63,46% do total, ou R$ 4,258 bilhões.

Hoje, os estrangeiros se destacaram na ponta vendedora, com Credit Suisse (coordenador do IPO de OGX), UBS Pactual, Deutsche e Morgan Stanley.

Da Agência Estado