Por Fausto Macedo, no Estadão: Sete mil páginas de grampos telefônicos são a jóia da Satiagraha, missão federal que levou à prisão Daniel Valente Dantas. (…) Os diálogos que a Diretoria de Inteligência da PF capturou preenchem 20 volumes protegidos pelo sigilo judicial.

A escuta vigiou os grupos de Dantas e de Nahas meses a fio, dia e noite.

Descobriu que os dois se uniram, formando uma organização criminosa para assumir o quinhão das teles e outros empreendimentos.

Descobriu, também, a preocupação do banqueiro em aniquilar o cerco dos agentes federais - para isso, infiltrou dois agentes de confiança para subornar um delegado, oferecendo a ele US$ 1 milhão.

O grampo, no dia 29 de maio, pegou Greenhalgh com Gilberto Carvalho, assessor especial do presidente Lula, que se compromete a buscar informações com o diretor-geral da PF, delegado Luiz Fernando Correa.

O tema da conversa é a investigação sobre o Opportunity.

Ao ex-parlamentar, identificado como Gomes ou LEG, suas iniciais, teria sido dada a incumbência de levantar informações sigilosas do inquérito contra Dantas. “Luiz Greenhalgh, vulgo Gomes, é pessoa muito próxima ao secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e a ministra Dilma Roussef”, afirma relatório secreto da PF, peça de 246 páginas subscritas pelo delegado Protógenes Queiroz, que pôs a Satiagraha na rua. “Também é advogado e possui um escritório, mas os serviços prestados passam longe da assessoria jurídica.

Para tanto, ele se serve dos advogados das empresas do grupo.

Seria o homem de ligação entre pessoas do Executivo federal, empresas estatais (BNDES) e o D.

Dantas para satisfação dos interesses financeiros mútuos e pessoais.”