Com o IPCA já apontando superar o teto da meta de 2008, o que esperar das próximas decisões do Copom?
Para especialistas, o resultado do IPCA, bem como o cenário prospectivo para o índice para 2008 e horizontes mais longos, confirmam que o teto da meta de inflação de 2008 (6,5%), muito provavelmente será superado, mesmo com a autoridade monetária acelerando passo na alta de juros, já na reunião do próximo dia 23.
A expectativa da Austin Rating, por exemplo, é de que não há alternativa para a autoridade monetária, senão o aumento do ritmo de elevação da taxa de juros básica (Selic), dos atuais 0,50 p.p. para 0,75 p.p., já a partir da próxima reunião do Comitê, dias 22 e 23 de julho.
O aumento do ritmo de elevação da taxa de juros servirá para ancorar novamente as expectativas de inflação para 2009 em 4,5%, pois hoje já estão em 4,91%, segundo a última pesquisa Focus-Bacen. “Do nosso ponto de vista, o mais prudente para o Banco Central nesse momento é admitir publicamente que a meta de inflação - assim com o teto da meta - para 2008 tem elevado risco de não ser cumprida, porém, suas forças continuam sendo canalizadas para reduzir a dinâmica atual de alta dos preços e, com isso, preservar a taxa de inflação em nível mais baixo nos horizontes mais longos, para manter o quadro de confiança dos agentes econômicos (investidores e consumidores) no futuro da economia, não cessando os investimentos no setor produtivo e, tampouco, “furtar” o consumo doméstico, que foi retomado recentemente após anos de letargia (98-2003) e/ou paralisia quase que total (vide desempenho do PIB em 2003)”, diz.