Por Sérgio Montenegro Filho Da coluna Pólis, do JC OnLine No domingo passado (6) teve início, oficialmente, a campanha municipal de 2008.

Estão em jogo, dessa vez, os cargos de prefeito, vice e vereador em todo o País.

E num país cujo sistema partidário é mais frágil que porcelana chinesa, não é de se estranhar o agravamento de uma doença que se alastrou pelas três esferas de poder.

Esse vírus chama-se “governismo”, e já está por aí há um bom tempo, mas a cada eleição sofre mutações e fica mais forte.

Costuma atacar pequenos partidos, sobretudo os que têm pouca ou nenhuma densidade ideológica e programática.

Ou seja, a grande maioria das agremiações brasileiras.

Mas as grandes legendas tampouco estão livres do mal.

Podem contraí-lo ou não, dependendo do grau de ambição pelo poder e das chances que vislumbrem para atingi-lo.

Um fato alarmante é que, da eleição de 2006 para cá, o vírus do governismo se fortaleceu ainda mais.

Os honrados congressistas brasileiros tiveram, no ano passado, uma chance de ouro de produzir uma vacina para a epidemia.

Seria composta por uma reforma política, eleitoral e partidária competente, mas terminou não sendo levada a cabo.

Temendo efeitos colaterais sobre si próprios, bem como sobre seus aliados nas bases estaduais e municipais, eles decidiram não dar andamento à reforma.

Corriam o risco de encontrar uma cura para a doença, e a receita foi parar na lata do lixo.

O resultado dessa negligência é que, este ano, o vírus do governismo vitimou de forma ainda mais violenta os palanques dos prefeitos candidatos à reeleição ou de postulantes apoiados pela máquina administrativa.

Das 26 capitais brasileiras, em 19 os palanques governistas são bem maiores, em quantidade de siglas aliadas, que os dos opositores todos juntos.

O principal foco da epidemia está concentrado em Vitória do Espírito Santo, onde, dos 23 partidos inscritos na corrida sucessória, nada menos que 19 (82,6%) estão apoiando a candidatura do prefeito à reeleição.

Em outras a situação é igualmente grave.

No Recife, por exemplo, são 17 legendas “grudadas” na candidatura do petista João da Costa, apoiada pelo atual prefeito João Paulo (PT) e pelo governador Eduardo Campos (PSB).

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