O deputado Luiz Couto (PT-PB) elogiou a decisão do juiz Fausto de Sanctis. “Novamente, a justiça se fez.
Daniel Dantas está preso. É preciso passar esse país a limpo”, afirmou.
Couto rebateu críticas feitas por setores do Poder Judiciário, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Parlamento à primeira prisão do banqueiro, que chegou a ser algemado por policiais federais. “Não entendo a reação desses segmentos.
Eles dizem: ‘Coitadinho de Daniel Dantas.
Foi algemado’.
Todos têm que ser tratados com igualdade.
Se algemas são colocadas naquele que comete pequenos crimes, quem desvia dinheiro público, frauda, corrompe e lava dinheiro não pode ter outro tratamento”, afirmou.
O deputado Domingos Dutra (PT-MA), que relatou a CPI do Sistema Carcerário, também destacou “a coragem e a determinação” do juiz Fausto de Sanctis. “Ele tem que ser parabenizado, para que outros juízes não se amedrontem diante das instâncias superiores.
Espero que Daniel Dantas passe pelo menos mais uma semana preso, para saber o que é gosto de uma prisão.
Para que as prisões não sejam apenas para os lascados, pobres e negros”, disse.
Dutra informou que, entre 2003 e 2008, a Polícia Federal realizou mais de 240 operações. “São presos grã-finos, mas estes não passam mais do que uma semana atrás das grades.
Vi pela televisão o presidente do STF indignado porque botaram algemas nos braços do senhor Daniel Dantas.
Mas não vi ninguém indignado das algemas, e não só algemas, das porradas que a polícia dá nos pobres”, afirmou.
Durante pronunciamento no plenário da Câmara, o petista elogiou o trabalho da Polícia Federal e do Ministério da Justiça. “A lei deste país tem que ser para todos, e não apenas para uma maioria pobre.
Fica aqui o meu protesto, mas também a minha crença de que este país vai se democratizar e de que a Justiça tem que ser para todos”, afirmou.
Lamento Antes da nova prisão de Daniel Dantas, deputados petistas lamentaram a libertação do banqueiro.
O líder do Governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), classificou os crimes atribuídos a Daniel Dantas como “gravíssimos”. “Se o juiz tomou a decisão de autorizar a prisão, é sinal de que os indícios de prova são muito fortes.
Se a lei brasileira possibilita um habeas corpus, temos que repensar a lei brasileira para não ocorrer um fenômeno semelhante ao de Salvatore Cacciola”, afirmou.
Preso em junho de 2000 pela Polícia Federal, Cacciola também foi libertado após obter um habeas corpus do STF.
Ele viajou naquele mesmo ano para a Itália, onde passou a viver como foragido da Justiça brasileira durante quase oito anos.
Cacciola foi condenado em 2005 a 13 anos de prisão por peculato e gestão fraudulenta.
Em 2007, foi preso em Mônaco e teve a extradição para o Brasil aceita pelo príncipe Albert II.
O deputado Henrique Fontana também criticou a postura da oposição, que questionou a investigação conduzida pela Polícia Federal no caso Daniel Dantas. “O centro do debate tem que ser a análise dos crimes cometidos.
Estranho algumas vozes da oposição que estão mais preocupadas com o fato de Daniel Dantas ter sido algemado do que com os crimes que ele cometeu.
Os indícios de prova desses crimes, que vêm desde o período das privatizações, são enormes”, afirmou.
Suborno Fontana lembrou ainda que, durante as investigações da Polícia Federal, Daniel Dantas teria tentado subornar o delegado responsável pela operação. “Vi os pacotes de dinheiro.
Aquilo não é uma ficção científica.
Daniel Dantas, até prova em contrário, é um grande criminoso que tem que ser tratado dessa forma, tanto pela oposição quanto pela situação.
Isso não é uma questão partidária.
Todos nós temos que nos unificar no combate a qualquer desvio em relação à lei”, disse.
O líder do Governo elogiou o trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e da Controladoria-Geral da União. “Acho que o Brasil tem muito mais motivos para elogiar essas instituições do que para criticá-las.
Fico orgulhoso como brasileiro de ver que estamos conseguindo desbaratar um conjunto de redes de corrupção que não queremos ver funcionando no país”, afirmou.