Da Folha Online Sem alarde, a Mesa Diretora do Senado criou nesta quarta-feira mais de 90 cargos comissionados na Casa Legislativa com salários de R$ 9.979,24.

Os novos funcionários vão ser contratados sem concurso público para os gabinetes dos 81 senadores e lideranças partidárias.

Cada senador poderá empregar um servidor por gabinete ou dividir o salário entre novos funcionários –de acordo com a sua necessidade.

A estimativa é que os novos cargos custem cerca de R$ 900 mil aos cofres públicos.

Apesar da norma ter sido aprovada pela maioria dos integrantes da Mesa Diretora (composta por 11 senadores entre titulares e suplentes), o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), foi contrário à criação dos cargos.

Na opinião do senador, a contratação de servidores com salários tão altos “pega mal” e arranha a imagem da Casa Legislativa. “Pega mal, não vai ser bem entendido nem assimilado pela sociedade.

O Senado não precisa criar mais cargos, há outras prioridades”, afirmou.

Garibaldi disse que os 81 senadores terão autonomia para contratar, ou não, os novos servidores em cada gabinete. “Obrigado, ninguém é [a contratar funcionários].” Segundo o presidente do Senado, a norma entrará em vigor somente após o recesso parlamentar do mês de julho. “Não há como se ter explicação convincente.

O Senado deve explicações a qualquer momento sobre ao cidadão.

Mas acho que esse valor é desnecessário”, afirmou.

A Folha Online apurou que Garibaldi chegou a fazer apelos na reunião para que a Mesa Diretora não criasse os cargos, já prevendo o desgaste da medida.

A maioria dos parlamentares, no entanto, acabou aderindo à proposta de criação de cargos articulada pelo senador Efraim Morais (DEM-PB), primeiro-secretário do Senado.

Ele atua como uma espécie de “prefeito” da Casa Legislativa, com a responsabilidade de coordenar todos os atos administrativos do Senado.