Brasília - O ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, afirmou hoje (9) que os fatos surgidos na Operação Satiagraha da Polícia Federal – iniciada em 2004, como desdobramento do caso que ficou conhecido como mensalão – não preocupam o governo.

Porém, afirmou que “uma operação como essa incomoda qualquer pessoa”. “Evidentemente que não é cômodo uma operação como essa, incomoda qualquer pessoa, mas em tendo que se investigar tem que se investigar”, disse ele a jornalistas, após participar do encerramento de um seminário sobre partilha do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Múcio criticou o vazamento de informações da operação e disse que a Polícia Federal irá abrir um inquérito para apurar responsabilidades. “Evidentemente houve um vazamento, que não era para ter havido”.

O ministro disse ainda que espera que os culpados apontados pelas investigações da operação sejam punidos. “Acho que todos desejam que as coisas sejam esclarecidas para que os culpados sejam punidos e aqueles que estão sob suspeita e são inocentes, que sejam definitivamente absolvidos”, disse.

Ontem (8), o ministro da Justiça, Tarso Genro, negou o vazamento de informações pela Polícia Federal nos quatro anos em que as investigações estiveram em curso.

A Operação Satiagraha teve início em 2004, como desdobramento do caso que ficou conhecido como mensalão – esquema que teria sido orientado pelo empresário Marcos Valério e que previa o pagamento de propinas a deputados da base aliada do governo em troca de favores políticos.

As investigações resultaram na prisão do banqueiro Daniel Dantas, do megainvestidor Naji Nahas e do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.

O grupo é acusado de envolvimento em crimes de desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro.