A massa salarial real ainda registra ritmo intenso de expansão.
Esse movimento tem como alicerce o forte crescimento do emprego, uma vez que os rendimentos reais já mostram certo arrefecimento com a alta da inflação.
Todavia, dada a defasagem entre o ciclo de expansão do PIB e a evolução do emprego, o mercado de trabalho ainda irá mostrar bons resultados ao longo do ano.
A CNI projeta uma taxa de desemprego em 6,7% em dezembro, acumulando uma média anual ao redor de 8%.
A reação da política econômica é clara no combate à alta da inflação e o desafio está em controlar a alta com o menor dano ao crescimento.
O fato novo está na maior consonância entre as políticas fiscal e monetária com o anúncio de elevação da meta de superávit primário para 4,3% do PIB.
O compromisso fiscal assumido pelo Executivo é uma ajuda importante na contenção do crescimento da demanda interna e divide com o Banco Central o ônus do combate à inflação, o que deverá limitar a intensidade de elevação dos juros.
Ainda assim, é possível que a taxa Selic chegue a 14,25% no final do ano, com a manutenção do ritmo atual de elevação dos juros.