O debate promovido, ontem (terça, 8), pelo Clube de Engenharia deveria ser palco para a discussão de propostas, mas para o prefeiturável Edilson Silva (PSOL) transformou-se numa “saia justa”.

A situação foi gerada pelo estilo peculiar do candidato em disparar críticas contra os adversários.

Edilson citou o contrato da Prefeitura do Recife (PCR) com a empresa Geo Sistemas, cujo proprietário é o presidente do Crea, Roberto Muniz.

Ele afirmou que durante seis anos da gestão do prefeito João Paulo (PT), a empresa obteve lucros da ordem de R$ 14 milhões por meio de contratos com dispensa de licitação, monopolizando os serviços de engenharia no Município.

No auditório estava um dos dirigentes do Clube, que preferiu não se identificar, mas questionou as acusações do prefeiturável. “O senhor pode provar que o Ministério Público tomou medidas, pode comprovar essas acusações?”, indagou.

Desconcertado, Edilson Silva disse que suas críticas não estavam direcionadas à empresa, e sim à forma como a prefeitura conduz seus contratos. “Não estou criticando a empresa, mas sim a maneira como o PT depõe contra a democracia, centralizando suas ações de engenharia”, esquivou-se.

Ao JC, por telefone, o presidente do Crea, Roberto Muniz, se disse atacado com as declarações de Edilson, mas confirmou contratos com a PCR e o governo do Estado. “Não trabalhamos com dispensa de licitação.

Não é de hoje que esse cidadão me ataca.

Terei que tomar as medidas legais.

Temos contratos sim, mas todos dentro da legalidade”, assegurou.

O Clube de Engenharia contou com um público pequeno na noite de ontem, primeiro dia do ciclo de debates com os prefeituráveis.

Apenas 15 pessoas ocuparam o auditório.

Amanhã, os associados poderão ouvir as propostas do petista João da Costa e na próxima terça-feira (15) do deputado federal Carlos Eduardo Cadoca (PSC).

De Política/ JC