A exclusão do nome da governadora Yeda Crusius (PSDB) do relatório da CPI que investiga o desvio de R$ 44 milhões do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) do Rio Grande do Sul arrefeceu a crise política enfrentada pelo governo gaúcho, mas acentuou a dependência da tucana em relação à sua base aliada na Assembléia Legislativa.

Na segunda-feira, a governadora deverá apresentar mudanças no primeiro escalão do governo, fazendo concessões aos partidos aliados -PMDB e PP, que, juntos, têm 18 dos 55 votos da Assembléia.

Yeda deverá substituir Fernando Zachia (PMDB), que perdeu o apoio da bancada, por um outro nome indicado pelos deputados da legenda na Secretaria de Desenvolvimento.

A governadora também estuda a ampliação do espaço dos aliados com a troca de secretários de perfil considerado técnico por políticos com aval político das bancadas aliadas em outras três secretarias: Segurança Pública, Planejamento e Ciência e Tecnologia.

São cotados para integrar o primeiro escalão o líder do governo na Assembléia, Márcio Biolchi (PMDB), e o deputado Jerônimo Göergen (PP).

Enquanto a governadora aguardava o desfecho da CPI para definir as mudanças no secretariado, a aprovação do relatório do deputado Adilson Troca (PSDB), que isentou a tucana e quatro ex-secretários de responsabilidade na fraude, foi um teste de fidelidade para os governistas da Assembléia.

A CPI do Detran começou em fevereiro deste ano para investigar o desvio de R$ 44 milhões do Detran gaúcho.

A fraude, que foi desmontada pela Operação Rodin da Polícia Federal, em novembro de 2007, consistia no desvio de dinheiro resultante do superfaturamento dos preços da avaliação dos candidatos a motorista.

Hoje, 40 pessoas são rés em ação que tramita na Justiça Federal.

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