Por Ana Lúcia Andrade Na coluna Pinga-Fogo, do JC Dirigentes petistas não escondem que vão buscar a polarização, na eleição do Recife, com o candidato Mendonça Filho.

Acreditam eles que, além de o democrata representar o paradigma do gestor adequado para se contrapor ao jeito petista de governar, enxergam no ex-governador a feição do candidato ideal ao debate maniqueísta que pretendem imprimir na disputa: o do popular – na cartilha petista, o avanço – versus o conservador, no compêndio do PT, o atraso.

E o fato de Mendonça Filho ter ficado restrito ao palanque “caseiro” – (o termo usado não denota qualquer desaprovação, é apenas para exprimir a falta de alianças) –, reforçou ainda mais a intenção de colocá-lo na outra ponta do discurso dualista a que o PT se propõe.

Pois talvez já percebendo a “armadilha”, Mendonça Filho vai estrear a campanha oficial, amanhã (domingo, 6), em uma área da cidade que lhe empresta toda uma simbologia para a estratégia de marcar, desde o primeiro momento da disputa, o seu compromisso com o social.

Uma área que lhe empenha o distintivo de candidato que está perto dos problemas concretos da cidade.

Que vai priozilá-los e enfrentá-los.

Enfim, é estar no lugar certo para empinar a bandeira do “vai fazer mais e melhor”.

O local escolhido é um prato cheio.

Não somente para atingir tal propósito.

De brinde, ainda presenteia o democrata com fortes questionamentos à liturgia da gestão petista: “a grande obra é cuidar das pessoas”. É um daqueles locais do Recife que, em tudo, lembra-se esquecido do poder público.

Seus indicadores sociais falam por si.

Mas Mendonça Filho quer ser seu porta-voz.

Ah, por uma questão estratégica, claro, a localização só será conhecida em cima da hora.

PS: vale a pena lembrar que, na última eleição para o Governo do Estado em 2006, os estrategistas de Mendonça decidiram polarizar com Humberto, do PT, e deu Eduardo Campos (PSB).