Por Mendonça Filho* Quem foi ao Clube Português na última segunda-feira, quando realizamos a nossa convenção, viu a cara do povo do Recife e o desejo que ele tem de dias melhores.
Viu gente de todos os recantos da cidade, de Casa Amarela, Ibura, Jordão, Casa Forte, Alto José do Pinho, Boa Viagem, Totó, Passarinho, Aflitos, Morro da Conceição, Pina, Brasília Teimosa, Chié e tantas outras.
Ricos, pobres e classe média.
Negros, brancos, pardos.
Idosos, jovens, crianças e adultos.
Homens e mulheres, todos irmanados numa festa que, como a própria mídia bem documentou, teve um astral elevadíssimo, que refletiu a esperança de todos num Recife melhor.
Cheguei à convenção do meu partido, convocado que fui para mais uma luta, para mais um desafio da disputa democrática, desta vez, como candidato a Prefeito da cidade do Recife.
A nossa candidatura não nasceu de vontade pessoal, nem de vaidades políticas.
A nossa candidatura tem a marca do compromisso com o futuro do Recife, de quem realmente quer governar para todos, independentemente de classe social, cor ou credo.
Sim, é uma campanha de propostas para fazer mais e melhor pelo Recife, contra as poderosas máquinas que vão apoiar o adversário.
Uma estrutura que não temos e não nos intimida, porque eleição se vence com o poder do povo.
Creio e confio, sobretudo, no discernimento do eleitor recifense.
Este discernimento reflete a tradição histórica de um povo altivo, independente que jamais se curvou aos que se julgam donos de sua vontade democrática. É um povo que vota seguindo os ditames de sua consciência; consciência livre e lúcida que sempre decidiu, e vai continuar decidindo, por quem julga capaz de fazer o melhor para o futuro da cidade do Recife. É nisso que acredito e, por isso, celebrei a aliança nessas eleições com o povo do Recife.
Em nosso palanque estarão todos aqueles que realmente desejam um Recife melhor.
A solidez de nossas propostas - apresentadas para diversas áreas, como escola em tempo integral, meio ambiente, revitalização do Centro do Recife e do Rio Capibaribe, poupança educação, jovem campeão, Parque da Tamarineira, mais creches, entre outras - refletem o desejo do povo no Recife.
Há cerca de um ano tenho caminhado pela cidade e ouvido as pessoas de todas as áreas.
A credibilidade de minha vida pública, a minha trajetória política e a minha experiência, sem falsa modéstia, são credenciais para apresentar-me ao povo do Recife como candidato a prefeito.
Nasci no Recife, aqui cresci, fiz amigos, constitui família.
Aqui trabalho e vivo intensamente cada dia em tudo que a existência humana pode oferecer de sonhos e pesadelos; de alegrias e tristezas.
Como todos que nasceram nesta cidade temos em comum, na origem, os laços afetivos de conterrâneos e, no destino, a nos unir, os compromissos políticos da cidadania.
A nossa chapa agregou uma das figuras mais íntegras da política pernambucana: o meu amigo e deputado federal André de Paula, que vai marchar conosco como candidato a vice-prefeito.
Guerreiro que é André sequer precisou ouvir detalhes do meu chamado: foi à minha casa e disse que estava pronto para a luta. É com essa disposição que vamos para as eleições.
Eu e André vamos apenas encabeçar formalmente essa grande aliança que, repito, não caberia no maior dos palanques, pois está diluída pela cidade que tanto amamos.
O povo do Recife é autônomo, quer avançar com relação ao futuro.
Alguns podem até dizer que o Recife vai bem, e eu não negaria que houve avanços, mas acredito que tudo pode ir muito melhor, em todos os aspectos, em todas as áreas.
Devemos discutir a saúde da população mais carente, que é precária e precisa melhorar.
As policlínicas precisam de melhorias e de estrutura.
Falta acesso a médicos especialistas, ginecologistas, cardiologistas que atendam às famílias.
Se formos falar de educação, a coisa é ainda mais complicada por que infelizmente o quadro hoje é caótico.
O Recife ocupa as últimas posições entre as 27 capitais brasileiras quando o assunto é educação básica.
O Recife é uma das capitais mais violentas do Brasil.
E pode-se resolver essa equação de uma forma simples: priorizando a educação, como fiz durante meu período à frente do Governo do Estado, criando os Centros Experimentais de Ensino e investindo na Escola em Tempo Integral.
Sabemos que 15% dos jovens entre 15 e 17 anos estão fora das escolas na capital.
E o que esses jovens estão fazendo?
Sem escola, muitas vezes eles são presas fáceis para as drogas e para a marginalidade.
O meu compromisso é cuidar da cidade do Recife e também pensar o Recife do futuro, sempre em sintonia com o que ocorre na Região Metropolitana.
Pernambuco hoje vive um novo momento e tenho orgulho de dizer que contribui muito para isso ao lado do ex-governador Jarbas Vasconcelos.
Sim, o que se colhe hoje não é fruto somente da gestão atual, mas das obras estruturadoras e da total reformulação da máquina pública feita por mim e por Jarbas. É esse espírito inovador e empreendedor que vai marcar, se Deus e o povo do Recife assim desejarem, a nossa gestão à frente da Prefeitura.
Uma gestão que não viva sob suspeitas de investimentos irregulares, nem de dispensa de licitações.
Uma gestão que não coloque a educação básica como a pior do País.
Nossa futura administração será gestada com aquele clima de alegria e com o congraçamento de pessoas das mais diversas classes sociais, cores, idades e credos que vimos na última segunda-feira no Clube Português.
Os ataques virão, mas não temos medo.
Não pode ter medo quem celebra a mais ampla aliança que se possa conceber: a aliança com o povo.
Vamos em frente, com alegria e disposição.
Nem os mais poderosos podem contra um exército munido dessas armas: a força do povo do Recife de ver sua cidade melhor.
Máquina não temos.
Estrutura de governo não está por trás de nós.
Alianças partidárias dispensamos aquelas que não significam na prática o interesse do povo.
A nossa aliança primeira, segunda, terceira e única é com o povo do Recife. *Presidente estadual do DEM e candidato à PCR, escreve para o Blog dentro da série “Recife 2008.
Debate coms os prefeituráveis”.