O ministro do Meio Ambiente tropeçou mesmo na própria língua.

No episódio da autuação das 24 usinas de açúcar de Pernambuco por desmatamento da Mata Atlântica, ele disse o que quis e ouviu o que não quis.

Primeiro foi esculhambado da tribuna do Senado, por Jarbas Vasconcelos, que o chamou de bobo da corte e novo aloprado do governo.

Isso porque Minc tinha criticado como absurdo um acordo que Jarbas teria feito com os usineiros quando governador do Estado.

O problema é que o tal acordo foi feito já no governo de Eduardo Campos, unha e carne do presidente Lula.

Resultado: Minc teve de pedir desculpas a Jarbas e agora pede desculpas também a Eduardo.

Na noite desssa quinta (3), o ministro enviou uma carta ao governador, desculpando-se pelas declarações concedidas à imprensa após o fechamento da Operação Engenho Verde, que autuou as usinas.

No texto, ele diz que foi “induzido ao erro” por um técnico do ministério, a respeito do Termo de Compromisso firmado entre os empresários do setor sucroalcooleiro e o Governo do Estado.

Minc elogiou o acordo feito pelo Governo de Pernambuco, que “comprometeu os usineiros com o início de reflorestamento de áreas que foram historicamente por eles devastadas” e afirmou reconhecer o “engajamento histórico do governador Eduardo Campos junto aos trabalhadores, à legalidade e ao meio ambiente”.

O ministro ainda propôs uma nova pactuação envolvendo o Ministério Público, CPRH, IBAMA e Sindaçúcar para preservação da Mata Atlântica em Pernambuco e lembrou o sucesso do trabalho conjunto entre os governos federal e estadual no pólo gesseiro do Araripe.

Ou seja: botou o rabo entre as pernas e saiu de mansinho.

Saudades de Marina Silva.