A ministra Dilma Rousseff admitiu ontem (24) que o advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, foi recebido pelo menos duas vezes na Casa Civil em encontros omitidos de sua agenda pública e anteriormente negados por sua assessoria.

Teixeira é acusado de influir na venda da VarigLog para o fundo Matlin Patterson, para quem advoga.

A omissão desses encontros fere o decreto 4.334, de agosto de 2002, que determina que audiências de autoridades públicas com representantes de interesse privado devem ser registradas e acompanhadas por outro servidor.

Em entrevista no Planalto, Dilma admitiu que em um dos encontros estava presente uma das filhas de Teixeira, Valeska, que é afilhada de Lula e também advoga para a VarigLog.

As reuniões, segundo ela, trataram de “questões relativas aos leilões da Varig”, comprada pela VarigLog.

Questionada se advogados de outras companhias interessadas no negócio receberam atenção semelhante, Dilma reconheceu que não.

Segundo ela, os presidentes da Gol e da TAM foram recebidos, mas não advogados das empresas.

Ontem, a Folha revelou que Teixeira esteve pelo menos seis vezes no Palácio do Planalto com Lula desde 2006, em encontros que também não foram registrados na agenda pública do presidente.

Em duas ocasiões (15 de dezembro de 2006 e 28 de março de 2007), a ministra estava presente, conforme já se sabia.

Duas horas depois da entrevista de Dilma, a assessoria de imprensa da Casa Civil informou que os dois encontros que ela teve com Teixeira aconteceram nessas datas, as mesmas em que o advogado esteve com Lula.

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