Do Repórter JC O Morro da Providência, no Rio, de onde três rapazes foram retirados por soldados do Exército para serem mortos por traficantes, é o mesmo que recebeu, na década de 50, um programa de moradia popular instituido pelo então bispo auxiliar dom Hélder Câmara, que criou o Banco da Providência.
A designação favela, por sinal, nasceu para diferenciar o Morro da Providência e marcar a cidade partida: a favela como oposição ao asfalto.
O asfalto como símbolo da ordem e do medo, a favela, local de violência e carência, como diz a socióloga Licia do Prado Valladares.
E a favela como local sem a presença do Estado, mas com uma organização de comunidade.
Foi nessa brecha que a Igreja, com a Cruzada São Sebastião de dom Helder, entrou para denunciar os “problemas sociais” (sanitário, legal e urbanístico) e acabar com o estigma de mal contagioso no espaço da cidade.
CIDADANIA Dom Helder Câmara foi o principal responsável por uma grande campanha em defesa dos favelados no Rio, a partir de 1955, tendo como princípio o desenvolvimento comunitário com a participação dos moradores, reconhecidos como sujeito político.