Por Inaldo Sampaio Na coluna Pinga-Fogo, do JC A cultura do PT de só celebrar alianças quando elas lhe interessam, rejeitando as que eventualmente favoreçam os partidos irmãos, não é uma exclusividade da secção de Pernambuco.
Ela generalizou-se no país inteiro a partir da orientação dada pelo presidente Ricardo Berzoini.
O partido tem uma executiva sectária, estreita, míope, que muitas vezes vai para o confronto até com o presidente da República, que já a censurou publicamente por ser contrária à coligação formal com o PSDB de Belo Horizonte.
Apesar da crítica do presidente Lula, o PT fechou questão contra essa aliança, que terá um socialista na cabeça (Márcio Lacerda) e um petista na vice.
O PSDB vai estar nela, mas não oficialmente.
Essa miopia do Partido dos Trabalhadores recebeu uma dura crítica do governador Eduardo Campos em sua última visita a Minas Gerais. É que os três governadores do PSB (ele próprio, Cid Gomes e Vilma Faria) apóiam para prefeito em suas capitais os petistas João da Costa, Luizianne Lins e Fátima Bezerra, respectivamente.
E, no entanto, o PT não faz um gesto semelhante em relação ao aliado.
Muito pelo contrário, além de vetar o apoio oficial do governador Aécio Neves ao candidato do PSB, o PT nega-se a apoiar no Rio de Janeiro a ex-deputada Jandira Feghalli (PCdoB), que está melhor situada nas pesquisas que o seu candidato a prefeito Alessando Moron.
Isso, depois de o partido dela ter retirado a candidatura do deputado Aldo Rebelo, em São Paulo, para apoiar Marta Suplicy.
Com esse comportamento exclusivista, os petistas terão grandes dificuldades para celebrar alianças na era pós Lula (2010).