A aposentada Severina Gonçalves de Andrade, 72 anos, proprietária da casa no Alto José Bonifácio, Zona Norte do Recife, cujo muro desabou, na manhã de segunda-feira (16), matando uma senhora de 66 anos, informou que a Prefeitura do Recife havia sido alertada para o perigo desde 2004.
Para comprovar o que estava dizendo, a dona de casa mostrou um ofício em que um vereador da área, a pedido dela, requer intervenção urgente do poder municipal para recuperar o muro por existir grande risco de desabamento.
Severina conta que, depois do requerimento, equipes da Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (Codecir) estiveram duas vezes no local e constataram rachaduras no muro de tijolo. “Não posso ser culpada de nada.
Esse muro foi construído na gestão de Augusto Lucena (década de 70).
Em 2004, sabendo do risco, nós fizemos o alerta.
Os técnicos vieram aqui, disseram que realmente havia risco, mas a prefeitura não tomou providências.
Era para derrubar e fazer outro.” A dona de casa contou que havia chamado a atenção de Elizete Batista de Freitas, que morreu após o desabamento. “Ela estava morando na casa há pouco mais de um ano.
Quando veio para cá, informei que o muro estava com problema e que a prefeitura estava sabendo.
O grave é que nada foi feito e ocorreu essa tragédia.” O garoto João Marcos da Silva, 10, neto da aposentada Elizete de Freitas, que sofreu traumatismo craniano no acidente, recebeu alta do Hospital da Restauração (HR).
O corpo da aposentada foi sepultado, na tarde de ontem, no Cemitério de Casa Amarela, Zona Norte.
Familiares da vítima não quiseram falar sobre o assunto e não autorizaram fotografias.
A assessoria de imprensa da PCR informou que a prefeitura lamenta a morte da aposentada.
A família da vítima foi incluída no programa de auxílio-moradia.
A PCR salientou que, desde 2001, investiu R$ 280 milhões em ações preventivas e educativas em morros.
De Cidades do JC