Por Carlos Eduardo Cadoca* O mercado de trabalho não está nada fácil para o jovem brasileiro.

A constatação chega do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A geração de empregos para pessoas entre 16 e 24 anos não tem acompanhando, nos últimos cinco anos, o crescimento identificado para os demais trabalhadores.

O que é lamentável.

Os jornais desta quarta-feira tratam do assunto.

Com base nas informações do IBGE, mostram que um estudo realizado em seis regiões metropolitanas do país identifica uma retração no nível de ocupação entre a população jovem.

Que passou de 18,7% em abril de 2003 para 17,1% em abril deste ano.

A justificativa: falta de experiência e falta de qualificação profissional.

Já tratamos deste assunto outro dia, mas a cada novo estudo que é publicado demonstrando as barreiras enfrentadas pelos jovens para conseguir trabalho ou o primeiro emprego o sinal de alerta acende de forma mais latente.

E chama nossa atenção.

Ora, se a economia está equilibrada e o número de empregos formais tem crescido no país, como é possível admitir que justamente os jovens não desfrutem dessa onda de crescimento que o Brasil tem navegado?

Outro estudo, dessa vez realizado pela Procuradoria Geral da República com base na Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD -2006) , responde de certa forma essa pergunta de maneira pragmática.

Um em cada cinco jovens não completou, sequer, o ensino fundamental no país, quanto mais à educação técnica ou profissional requeridas pelo mercado de trabalho.

O que é possível fazer, então, para reverter ou atenuar essa situação?

Além de alfabetizar todas as crianças, missão constitucional do município no ensino Fundamental, também é preciso assumir uma parcela de responsabilidade com a educação profissional.

O município pode oferecer de forma continuada educação profissional integrada em suas escolas de ensino Médio, expandindo a experiência dos centros de educação integral de Pernambuco, que hoje é referência nacional, conforme já comentamos em outro artigo.

E por que não oferecer educação profissional complementar aos jovens que moram no Recife, mas que cursam o ensino médio nas escolas estaduais de tempo parcial?

Isso é necessário.

Vamos fazer uma análise das cadeias produtivas mais importantes para o Recife e para a Região Metropolitana, identificando as áreas econômicas mais promissoras do ponto de vista de geração de emprego. É preciso investir na educação profissional para aproveitar as oportunidades no mercado de trabalho em setores estratégicos da nossa economia, como os serviços, o comércio e toda a área tecnológica, além dos setores que começam as abrir suas portas a partir dos projetos estruturadores conquistados pelo Estado, como a refinaria de petróleo, o estaleiro e o pólo têxtil.

A partir daí, investiremos nos cursos técnico-profissionais para formar trabalhadores com efetiva chance de empregabilidade. É preciso preparar nossos jovens para as oportunidades econômicas que apontam para o futuro da região.

A missão de criar oportunidade de trabalho para a juventude passa, portanto, pela educação de qualidade e pela educação profissional de maneira integrada.

Os caminhos, como se vê, existem.

Estão aí parem serem abertos.

O poder público municipal tem o dever e a obrigação de se envolver nisso.

E nós estamos dispostos a encarar o desafio. *Deputado federal e pré-candidato a prefeito pelo PSC, escreve às quartas para o Blog dentro da série “Recife 2008.

Debate com os prefeituráveis”.