Além da fronteira Por Cláudia Parente Da coluna JC nas Ruas A aposentada Geraldina Alcântara, 56 anos, prestou queixa, ontem, na Delegacia de Santo Amaro contra o Consulado Americano, a quem acusa de constrangimento.
Pela manhã, ela estava na calçada da representação diplomática dos Estados Unidos na Rua Gonçalves Maia, na Boa Vista, quando foi abordada por um segurança, pedindo que preenchesse uma ficha com dados pessoais.
Para a mulher atônita, que fazia palavras cruzadas, o homem alegou que ela estava em “atitude suspeita”.
O objeto de suspeição era, justamente, a revista onde rascunhava.
Geraldina – que estava esperando pela filha e a neta que tinham ido pegar o visto – se negou a preencher a tal ficha, mostrou as palavras cruzadas e saiu pela rua.
Pouco tempo depois foi abordada por uma viatura da Radiopatrulha, acionada pelo consulado, conforme informação dos policiais.
Perguntaram por que ela não quis se identificar.
Ela explicou o ocorrido, mostrou a identificação, seguiu direto para a delegacia e está disposta a levar o caso à Justiça.
A aposentada está revoltada com o episódio.
Não aceita ter sido tratada como criminosa por uma suspeita infundada e invoca o direito constitucional de ir e vir dos brasileiros em seu próprio território.
Ninguém questiona que um país com tantos desafetos como os EUA tenham que adotar medidas severas de segurança.
Mas, até onde se sabe, o território deles é do portão para dentro.