Contra o inimigo comum Por Inaldo Sampaio Na coluna Pinga-Fogo, do JC O senador Marco Maciel está preocupado com os indicadores econômicos que sinalizam um reencontro do país com a inflação.
Para ele, a projeção feita pelo próprio governo de que ela chegará aos 6% no final deste ano, ante a meta de 4,5% estabelecida pelo BC, terá reflexos inevitáveis na sucessão de 2010.
De fato, se a economia estiver bem em 2010 o atual presidente da República, como diz Maurilio Ferreira Lima, elegerá até um “poste”.
Mas se os preços voltarem a subir uma vitória da oposição é quase inevitável.
Afinal, o povo sempre vota com o bolso e não em programa de governo ou no rosto dos candidatos.
FHC elegeu-se em 94 e reelegeu-se em 98 porque comandou o Plano Real e não por ter sido aposentado compulsoriamente da USP ou dado aulas de sociologia na Sorbonne.
Assim será também com o presidente Lula.
Se mantiver a inflação sob controle, tem amplas condições políticas de emplacar o sucessor.
Do contrário, pode ir logo preparando o espírito para passar a faixa presidencial para o governador José Serra ou o governador Aécio Neves.
Para Maciel, a oposição (ou pelo menos parte dela) não está torcendo pelo “quanto pior melhor”.
Ele é defensor da tese de que ela deve também entrar na luta contra a alta generalizada dos preços e serviços, combatendo o aumento dos gastos públicos.
Para tanto, designou Tasso Jereissati para relatar na CCJ do Senado o projeto de lei oriundo da Câmara flexibilizando a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Tasso dará parecer contrário e assim ajudará o próprio governo a manter a cultura da responsabilidade fiscal.