Cuidado com o spray Por Sérgio Montenegro Filho Da coluna Pólis Não é de hoje que políticos ambiciosos pelo poder baseiam-se em pesquisas de opinião para avaliar a intenção de voto do eleitor.
Instrumento caro e, muitas vezes, produzido por empresas de credibilidade duvidosa, algumas sondagens são encomendadas meses antes da campanha para dirimir dúvidas entre dois postulantes de um mesmo partido ou para tranqüilizar pré-candidatos sobre suas chances reais de vitória.
Causou impacto, portanto, o resultado de um levantamento realizado no final de maio pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS) junto ao eleitorado carioca, que revelou exatamente o contrário do que se pensava.
Dos 1.068 entrevistados pelo instituto, apenas 9,2% admitiram tomar conhecimento de pesquisas durante as campanhas eleitorais.
E desses, 6,8% procuram se informar sobre os percentuais atingidos pelo candidato de sua preferência.
Se os números fossem somente esses, já bastaria para acender um gigantesco alerta vermelho aos políticos e marqueteiros que não dão um passo à frente sem uma pesquisa embaixo do braço.
Mas tem mais: o IBPE quis saber do eleitor se ele deixa de votar no candidato que escolheu caso as pesquisas indiquem poucas chances de vitória.
Aí o resultado torna-se realmente alarmante.
Nada menos que 83,7% dos entrevistados afirmaram, categoricamente, que não mudam seu voto por influência dos baixos índices eventualmente atribuídos ao seu preferido, contra apenas 14,2% que admitem mudar de opinião e repensar o voto.
O golpe final nos que rezam pela cartilha dos levantamentos estatísticos - e comemoram primeiros lugares a cada novo levantamento, como se já estivessem eleitos - vem no último bloco: questionados se levam em consideração os números das pesquisas quando vão escolher um candidato - ou seja, se optariam naturalmente pelo líder dos índices de intenção de voto -, 87,8% dos eleitores garantiram que não, contra apenas 10,2% que admitiram votar no favorito.
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