O PSTU está lançando candidatura majoritária no Recife.
O nome da prefeiturável, no entanto, só será definido na convenção do partido, no próximo dia 28.
As indicadas são Kátia Telles, que disputou o governo do Estado em 2006, e Cláudia Ribeiro, candidata a deputada estadual na última eleição.
A esperança que o partido tinha de repetir, nas eleições municipais deste ano, a frente formada em 2006 para sustentar a candidatura de Heloísa Helena à Presidência da República – com o P-SOL e o PCB – foi por terra com o apoio de Clóvis Corrêa ao postulante do P-SOL, Edilson Silva.
Clóvis Corrêa também concorria à Prefeitura do Recife até a semana passada, quando teve a candidatura rifada pelo presidente estadual do PSDC, vereador Luiz Vidal.
Como já passou por partidos considerados “de direita” pelo PSTU (PSDB, PSDC, PRONA e PSB), o apoio de Clóvis não é considerado bem-vindo. “Infelizmente, o P-SOL preferiu o apoio de Corrêa ao nosso.
O P-SOL tem se afastado de nós, dos trabalhadores, para se aproximar dos partidos patronais.
Eles estão seguindo a mesma linha do PT”, disparou um dos dirigentes do PSTU, Guilherme Fonseca. “Nós temos diferenças, mas isso não impede que formemos a frente de esquerda, desde que o P-SOL rompa com Clóvis Corrêa”, ressaltou Cláudia Ribeiro.
Segundo Edilson Silva, entretanto, o P-SOL não tem nenhum interesse em compor com o PSTU. “Queremos ser uma esquerda expressiva e não essa esquerda folclorizada, pequena e sem expressão.
Queremos fazer uma campanha de massa no Recife”, afirmou.
Para Edilson, o passado de Clóvis não é o que pesa. “Não estamos fazendo coligação eleitoral.
Ele está trazendo seu apoio incondicional.
Todos os setores que quiserem nos apoiar, desde que não sejam picaretas ou corruptos, serão bem recebidos”, disse, fechando questão.
Os desentendimentos entre dois dos partidos mais atuantes da ultra-esquerda, porém, antecederam a intervenção de Corrêa no processo.
Já em 2006 o P-SOL negou a vice nacional ao PSTU alegando “diferenças”.
Na formação da chapa recifense, este ano, a aliança ficou comprometida desde que uma carta aberta foi lançada pelo PSTU.
No texto, a exposição das divergências e as cobranças públicas com relação à avaliação do governo João Paulo e ao leque de apoios a serem aceitos minaram as relações entre os dois partidos.
Do caderno de Política do JC