O Ministério Público Federal (MPF) e a Advocacia Geral da União (AGU) deverão entrar na Justiça, até o início da próxima semana, com um agravo regimental para garantir a suspensão das matrículas e o início das aulas na Faculdade de Medicina de Garanhuns (Fameg).

Na noite dessa sexta-feira (13), a instituição conseguiu na Justiça cassar a liminar que suspendia o processo seletivo, realizado durante toda a manhã de hoje (14) no município. “Acredito firmemente que isso será revertido, haja visto a clareza da matéria de direito que está em pauta”, afirma Carlos Vital, presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe).

Na última quinta-feira (12), o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) decidiu pela suspensão do vestibular da Fameg, aceitando o argumento do MPF de que a unidade de ensino não é reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC).

O diretor da Fameg, Márcio Quirino, classificou a realização do processo seletivo como um momento histórico para o interior do Estado. “É o primeiro vestibular na Faculdade de Medicina de Garanhuns.

Continuamos a luta firme, em prol da abertura da instituição”, disse.

De acordo com a Fameg, cerca de 300 pessoas participaram da seleção para concorrer às 60 vagas.

Nicolau Esteves, diretor do Instituto Tocantinense Professor Antônio Carlos (ITPAC), mantenedor da Fameg, voltou a classificar a tentativa de suspender o vestibular como uma decisão meramente corporativa. “Esses poderosos não querem concorrência.

Vamos prestar um serviço muito grande para essa sociedade carente”, afirmou o diretor do Instituto.

O resultado da seleção deve ser divulgado na próxima terça-feira (17) e as matrículas serão realizadas de quarta (18) a sexta (20).

A aula inaugural será no dia 23 e deverá contar com a presença de representantes do governo de Pernambuco e do Conselho Estadual de Educação (CEE).

O governador Eduardo Campos também deverá estar presente.

A briga entre as entidades médicas do Estado e a Fameg teve início no final do ano passado, quando o Sindicato dos Médicos de Pernambuco, Cremepe, Academia Pernambucana de Medicina, Sindicato das Instituições Particulares de Ensino Superior (Siespe), Ordem dos Advogados do Brasil e Associação Brasileira das Mantenedoras de Faculdades Isoladas e Integradas (Abrafi) protocolaram uma representação no MPF contra a abertura do curso.