O Ministério Público Federal em São Paulo pediu à Justiça Federal que decida sobre a quebra de sigilo bancário de Denise Abreu e Milton Zuanazzi, ex-diretora e ex-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Segundo o MPF, o pedido da procuradora Inês Virgínia Prado Soares deve ser apreciado pelo juiz assim que a defesa prévia de Denise Abreu seja apresentada, o que deve ocorrer até a próxima semana.
O Ministério Público está movendo ação para que Denise e Zuanazzi respondam pelo crime de improbidade administrativa.
A alegação do Ministério Público é de que eles teriam publicado um documento sem valor jurídico, com o nome de IS-RHBA 121.189, que liberou o pouso de aviões de grande porte no Aeroporto de Congonhas, mesmo no caso do reverso [equipamento que ajuda na freiar] desligado e pista molhada.
Na época, o documento foi apresentado à desembargadora Cecília Marcondes, que liberou a pista principal, sem restrições, depois de ter recebido de Denise Abreu a confirmação de que o documento era válido e de que havia segurança na pista do Aeroporto de Congonhas.
Depois, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados, a ex-diretora da Anac argumentou que o documento, apesar de aparecer no site da agência e ter sido seguido como norma pelas companhias aéreas, não estava regulamentado.
Para a procuradora, somente a quebra de sigilo bancário e a indisponibilidade de bens vai permitir apurar se os ex-dirigentes da Anac receberam alguma vantagem econômica por causa da publicação irregular da norma.
Na ação, o Ministério Público também pede que os ex-diretores sejam condenados a pagar indenização à sociedade por danos morais e multa correspondente a 100 vezes o salário que cada um deles recebia na Anac (R$ 4,5 mil no caso de Abreu e R$ 4,8 mil no caso de Zuanazzi).
Outros pedidos são para que eles sejam impedidos de contratar com o poder público e tenham seus direitos políticos suspensos pelo prazo de dez anos.
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