No último domingo (8), na festa de aniversário de Raul Henry (PMDB), no Cabanga Iate Clube, o vereador e presidente estadual do PSDC Luiz Vidal desfilava entre os convidados anunciando aos quatro ventos que Clóvis Corrêa estava sendo afastado da disputa pela prefeitura do Recife.
O local não poderia ser melhor para colocar em oferta a adesão do PSDC a uma candidatura mais robusta.
Afinal, além do próprio Henry, também estava presente o prefeiturável Mendonça Filho (DEM) e Cadoca (PSC) havia sido convidado.
Os três procuraram Vidal durante a semana, mas não conseguiram fechar com o partido que, aparentemente, se colocava no arco das oposições ao prefeito João Paulo e ao governador Eduardo Campos.
Aparentemente.
Vidal queria mais.
Desejo que foi insinuado na conversa que teve com o repórter Jorge Cavalcanti, da editoria de Política do Jornal do Commercio.
Ao ser questionado se também estaria aberto a negociações com João da Costa, ele afirmou que não tinho nenhum preconceito em conversar com o PT. “Apenas não quero me oferecer.
Se ele procurar, converso”, adiantou.
Logo em seguida, pediu para corrigir a declaração: “Assim vai parecer que estou pedindo”.
E não estava?
O certo é que a bordo de uma pré-candidatura assentada sobre o apoio do prefeito, do governador e do presidente, João da Costa (PT) tinha muito mais a oferecer.
E levou a melhor como se viu nesta sexta (13).
O ato em que Vidal, Costa e Milton Coelho (PSB), vice na chapa, anunciaram o apoio da 16a sigla ao nome do petista foi um exercício para explicar o inexplicável. “As pessoas confundem a amizade e acham que o PSDC tem uma ligação automática, mas isso não existe”, disse o dono do partido sobre os amigos Henry, Mendonça e Cadoca. “A história atual é de um prefeito que trabalha pelos menos favorecidos e busca reconstruir o Recife, exatamente o que defendemos”, garantiu. “Você não traiu seus princípios e hoje estamos nos reencontrando”, justificou Milton Coelho, lembrando que Vidal apoiou Miguel Arraes, em 86, para o Governo do Estado e Eduardo Campos, em 94, para a Câmara Federal.
Mas a melhor e mais honesta explicação, pelo que teve de irônica sobre o que é o pragmatismo político, veio do próprio candidato João da Costa. “Foi uma paixão avassaladora”, declarou. É isso aí.
Para quê perder tempo com justificativas?