A deputada tucana Terezinha Nunes disse na tribuna da Assembléia, nessa quarta (11), que o presidente Lula (PT) e o governador Eduardo Campos (PSB) podem comemorar bons momentos em seus governos porque, na verdade, tiveram a sorte de suceder Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no Palácio do Planalto e Jarbas Vasconcelos (PMDB) no Campo das Princesas.
Num dia em que a cidade parou para esperar o jogo em que o Sport se sagrou campeão da Copa do Brasil, o discurso passou um tanto despercebido.
Mas tem pérolas de ironia que a deputada maneja com habilidade para provocar a bancada governista no Legislativo.
Veja algumas. “Em política – alguém já escreveu – não basta ter talento, carisma ou disciplina ideológica. É preciso também ter uma boa dose de sorte.” “Na verdade, o presidente Lula governa o país com o piloto automático ligado por Fernando Henrique, beneficia-se por uma conjuntura favorável no mercado internacional e navega em céu de brigadeiro, como costuma-se dizer na linguagem comum da análise política nacional.” “Aqui em Pernambuco acontece o mesmo.
A sorte, da mesma forma, que bafejou Lula, debruçou-se sobre o governador Eduardo Campos que em 1998 deixara a administração estadual numa crise como há muito não se tinha notícia.” “Em oito anos de trabalho árduo, que lhe rendeu diversas vezes o título de melhor governador do Brasil, Jarbas arrumou a casa, colocou as contas do estado em dia; inaugurou um programa de obras de infra-estrutura exemplar e abrangente, conquistando os investimentos que se iniciam através da Refinaria e do Estaleiro, só para citar esses, e recuperou a auto-estima dos pernambucanos, sem o que o esforço poderia resultar em vão.” “Esperamos que tanto um quanto o outro (Lula e Eduardo) desçam do Olimpo e enxerguem, como os verdadeiros sábios, um palmo à frente do nariz e consigam produzir algo de novo, de avançado, de forma a deixarem aos sucessores pelo menos grande parte do que herdaram dos que sucederam”.