A queda-de-braço entre o deputado federal Gonzaga Patriota e o prefeito de Petrolina, Odacy Amorim, pela condição de pré-candidato do PSB à sucessão do município, produziu mais um impasse no último fim de semana.
Em reunião da executiva municipal, o prefeito conseguiu a maioria de cinco votos – dos oito integrantes do colegiado – e aprovou uma série de decisões, entre elas a de legitimar sua pré-candidatura à reeleição e a de alterar a data da convenção do dia 15 – como defende Patriota – para o último dia do prazo legal, 30 de junho.
Mesmo minoria na executiva municipal, apesar de ser o presidente, Gonzaga Patriota não aceitou as decisões.
Alega, segundo explicou ontem o vice-presidente do PSB de Petrolina e filho do deputado, Gênede Patriota, que o estatuto da legenda não considera que a reunião que ocorreu na sexta-feira seja deliberativa nos pontos que foram fechados. “Aquela reunião era apenas para a executiva receber os nomes dos candidatos à eleição deste ano e analisá-los.
Mas a decisão final de quem será ou não candidato é tomada na convenção municipal, com o voto dos 1.500 filiados.
O que eles querem é cercear o direito de Patriota de ir para a convenção”, acusou o filho do parlamentar.
Gênede Patriota reafirmou a data da convenção para o próximo domingo, na Câmara de Vereadores.
Mas o impasse será decidido mesmo é pela executiva estadual, que tem até o final da semana para resolver o problema.
O JC tentou contato com o presidente Milton Coelho, mas não obteve retorno.
O secretário-geral, Ranilson Ramos, entende que o imblóglio da sucessão de Petrolina não é um problema apenas do PSB, mas de todos os partidos da Frente Popular do município.
Ranilson encaminhou a Milton Coelho a proposta de ouvir todas as legendas sobre quem deve ser o candidato a prefeito, se Gonzaga Patriota ou Odacy Amorim. “A decisão que for tomada será respeitada por todos.
Agora a Frente Popular precisa dizer quem pretende apoiar e não ficar lançando candidatos”, cobrou, referindo-se ao PT, que se divide em defesa de uma candidatura própria e da aliança com o PSB ou com o PDT, que mantém a candidatura do vereador Sargento Quirino.
O secretário de organização do PSB de Petrolina, Danilo Mororó, informou que o partido vai requerer à instância estadual a legitimidade das decisões tomadas.
E o secretário-geral, Plínio Amorim, refutou os argumentos de Patriota para não reconhecer a legalidade das decisões tomadas, com o aval de cinco dos oito integrantes da executiva municipal.
Segundo ele, a ata da reunião é um “instrumento jurídico” legal para tomar as tais medidas.
E que, agora, cabe à executiva estadual “dizer quem está com a razão”. “Há, claramente, um autoritarismo do presidente (Patriota).
O que o partido decidiu foi no sentido de preservar os interesses do PSB.
Se Patriota deixa a Câmara Federal para disputar a prefeitura, o partido perde um representante em Brasília, porque o suplente é Severino Cavalcanti (PP).
Houve um entendimento de preservar a sigla”, justificou Plínio a decisão de legitimar a candidatura à reeleição de Odacy Amorim.
De Política, do JC